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2 de abril de 2017
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42 cristãos paquistaneses preferem morrer a negar sua fé

Brumado Acontece

Brumado Acontece

Um grupo de 42 cristãos está preso desde maio de 2015, acusados de terem matado dois muçulmanos. Eles são acusados de terem cometido o crime após dois terroristas ligados ao Talibãs terem bombardeado igrejas no bairro Youhanabad, de maioria cristã, na capital Lahore. Não há provas do envolvimento desses homens, mas o promotor do caso lhes fez uma proposta recentemente que causou revolta. Syed Anees Shah, que cuida da promotoria junto ao tribunal antiterrorismo de Lahore, garantiu ser capaz de “assegurar sua libertação se eles se convertessem ao Islã”. Nenhum dos cristãos presos aceitou a proposta, mesmo sabendo que podem ser mortos por enforcamento. Agora, líderes religiosos e ativistas cristãos pedem medidas do governo contra o promotor Shah, por ter claramente comprometido a ideia de neutralidade no caso. Embora tenha negado em um primeiro momento, o agente público confessou a um jornal britânico que tentou dar “uma chance de absolvição” aos prisioneiros. O advogado de defesa dos 42 cristãos, Naseeb Anjum, afirmou à imprensa que essa foi a segunda tentativa de fazer os suspeitos mudarem de religião, o que teria um efeito profundo na pequena comunidade cristã do país. Cerca de seis meses atrás uma oferta em termos semelhantes foi apresentada. Contudo, foi igualmente rejeitada por todos. “Nosso governo deve se livrar de tais elementos que trazem má fama ao Estado com atos como esse”, disparou Anjum. Uma organização britânica que tenta ajudar os cristãos presos declarou que essa é mais uma prova que os “extremistas” islâmicos estão infiltrados em todas as áreas do governo. O Paquistão possui uma das mais rígidas leis “antiblasfêmia”, que prevê penas pesadas e até a morte a quem ofender ou abandonar o islamismo. O caso mais emblemático é da cristã Asia Bibi, que está há sete anos na prisão por supostamente ter ofendido a Maomé. Ela nega. O advogado cristão Nadeem Anthony, que cuida do caso dela, afirmou que tempos atrás Bibi recebeu uma proposta de se converter em troca da liberdade. Mesmo sabendo que ainda poderá morrer por causa da acusação, respondeu: “Minha fé é viva e jamais me converterei”. As conversões forçadas são um grande problema no país. Organizações paquistanesas de defesa dos direitos humanos calculam que, a cada ano, cerca de mil mulheres cristãs e hindus são forçadas a se converter por terem se casado com homens muçulmanos. O último “Relatório sobre minorias religiosas no Paquistão”, indica que a maioria delas foi obrigada a se casar após terem sido estupradas pelos homens que agora são seus maridos.