Com visões desencontradas sobre o rumo que o PSDB deverá tomar em relação ao governo do presidente Michel Temer, lideranças do partido se encontram nesta segunda-feira (10), em São Paulo, para uma nova tentativa de construir um consenso interno e, assim, estancar a sangria da legenda. Conforme O Globo, o encontro, de iniciativa do governador Geraldo Alckmin, terá a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, e do prefeito João Doria. Ele acontecerá no mesmo dia em que está prevista a divulgação do relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara (CCJ) sobre a denúncia contra Temer da Procuradoria-Geral da República. Uma posição de Zveiter favorável à abertura de investigação contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), avaliam tucanos, poderá ser a gota-d’água para o PSDB deixar o governo. Preocupado com uma decisão nesse sentido, Temer procurou ontem, ao menos um dos governadores tucanos convidados por Alckmin para o encontro em São Paulo. O peemedebista pediu apoio para manter a sigla no governo. Marconi Perillo (GO) foi o único a confirmar presença no encontro até ontem à noite. Há cerca de um mês e meio, Alckmin, FH, Doria e Tasso estiveram reunidos na capital paulista para discutir a mesma questão. Na época, eles concordaram, mesmo indo contra a ala do partido que já pregava o desembarque, que era preciso manter o apoio a Temer para garantir as reformas trabalhista e da Previdência no Congresso. De lá para cá, a crise polÃtica se agravou, e a pressão pelo fim do apoio a Temer tem beirado o insustentável no PSDB. O lÃder do PSDB na Câmara, Ricardo TrÃpoli (SP), afirmou ontem que há uma tendência majoritária para sair do governo e votar pela aceitação da denúncia contra Temer. FH também mudou de opinião e, desde junho, tem pedido a renúncia de Temer. Ele também passou a defender a antecipação de eleições diretas. A proposta de uma eleição antes de outubro de 2018, entretanto, não encontrou eco no partido. Pelo contrário, em BrasÃlia, os tucanos parecem cada vez mais convencidos de que a saÃda é apoiar um mandato-tampão de Rodrigo Maia.