Após uma semana em clima de tensão entre Supremo Tribunal Federal e Senado, em razão do afastamento do tucano Aécio Neves (PSDB-MG), a presidente da Corte, Cármen Lúcia, o presidente do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniram na manhã desta quinta-feira, 5, e falaram sobre a necessidade de haver harmonia entre os poderes. Em discurso, Cármen Lúcia citou Ulysses Guimarães para fazer defesa enfática da Constituição e dizer que o texto constitucional deve ser cumprido. “Traidor da Constituição é traidor da pátria”, disse a ministra, em menção à fala de Ulysses. “Nesses 29 anos (desde a Constituição de 1988), as mudanças continuaram porque a mudança é da vida. Cabe a nós fazer com que as mudanças se façam com tranquilidade, segurança e principalmente respeito à Constituição”, disse Cármen. Os três participaram de evento no gabinete da presidência do STF no qual comemoraram o aniversário de 29 anos da Constituição Federal. Cármen Lúcia fez questão de frisar que estavam unidos “na harmonia entre os poderes” e falou na necessidade de cumprimento da Constituição. Citando Ulysses Guimarães, a presidente do STF disse: “A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria (…) A persistência da Constituição é a sobrevivência da democracia.” E completou com suas palavras: “Eu diria: a sobrevivência da Constituição é a demonstração de um Brasil que aprendeu a cumprir leis.”