A queda de três pontos porcentuais na pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira, 11, faz a campanha de Marina Silva (Rede) nas eleições 2018 ampliar a busca de votos para além do eleitorado lulista. A presidenciável é a única, dentre os cinco principais candidatos, que caiu acima da margem de erro na pesquisa. Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina era uma das principais herdeiras dos votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato. Mais notadamente nas últimas semanas, seu discurso priorizou e liderou entre os eleitores pretos/pardos, mulheres, de baixa renda e baixa escolaridade e do Nordeste. Com Fernando Haddad como cabeça de chapa do PT, Marina agora desidrata no seu principal eleitorado. O crescimento de Ciro Gomes (PDT), tido como outro herdeiro do lulismo, também contribuiu para este quadro. O cenário fez com que a campanha avaliasse reforçar o discurso da luta contra a corrupção. Nesta terça-feira, a presidenciável participou da sabatina dos jornais O Globo e Valor Econômico e da revista Época, em que fez seu mais contundente ataque a Lula. Questionada se considera o petista corrupto, Marina disse: “Ele está sendo punido por graves crimes de corrupção. Sim (considero)”. A campanha da Rede vê neste redesenho da centro-esquerda entre Ciro e Haddad uma possível saída. O Estado apurou que a expectativa é de que eles fiquem se “digladiando” e Marina possa crescer ilesa. Em 2014, ela chegou a empatar com Dilma Rousseff (PT) na liderança, mas depois de ataques da campanha petista, ficou em terceiro. Um dos principais conselheiros da campanha do PSL, de Jair Bolsonaro, o general da reserva Augusto Heleno afirmou que a pesquisa “se aproxima mais da realidade”. Em nota, a equipe de Ciro disse que “uma pesquisa retrata um momento, mas uma eleição é um filme”