Depois dos escândalos envolvendo o nome da família em investigações decorrentes da Lava Jato, que culminaram na prisão do irmão Geddel Vieira Lima a quem é atribuído o bunker de R$ 51 milhões em Salvador, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) não se reelegeu por seu estado, a Bahia. Esta é a primeira vez que o clã fica longe do poder, desde 1975, quando há 43 anos, o pai de Lúcio e Geddel, Afrísio Vieira Lima, foi eleito para uma cadeira na Câmara pela extinta Arena, partido de apoio aos militares. O patriarca se reelegeu até 1990, então já pelo MDB, quando foi substituído pelo filho mais velho, Geddel, eleito deputado federal pela primeira vez naquele ano. O mandato de Geddel se prolongou até 2010, quando, sem sucesso, tentou chegar ao governo da Bahia – derrotado, no entanto, pelo petista Jaques Wagner. Geddel, ora preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, se manteve na presidência do MDB baiano até o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, ano em que recebeu convite para comandar a Secretaria de Governo do presidente Temer. O mandato foi interrompido em 2016, após imbróglio entre o emedebista e o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, tendo como pano de fundo a construção de um prédio de alto padrão em uma área histórica da capital baiana. Lúcio, por sua vez, somava mandatos desde 2010, quando debutou na Câmara. Os irmãos Vieira Lima são acusados pelos crimes de ocultação e propriedade dos R$ 51 milhões em dinheiro vivo. Até janeiro de 2016, o tesouro teria permanecido em um closet na casa da matriarca, Marluce. Ao Estado, o deputado Lúcio Vieira Lima foi sucinto e argumentou que não foi eleito porque ‘o povo não quis’. O resultado mostra as fragilidades dos partidos políticos quando se tem o PSL elegendo a segunda maior bancada, avalia o parlamentar baiano. “Os partidos perderam totalmente a sua importância.” Sobre continuar ou não na vida pública, ela resumiu: “Não é necessário mandato para fazer política. Continuarei fazendo política sem um mandato.” Irmão ‘anônimo’ dos Vieira Lima, Afrísio Filho permanece há 21 anos no cargo de diretor legislativo da Câmara dos Deputados. Com salário de R$ 33,9 mil, ele é investigado no Supremo por suspeita de peculato