A recriação do auxÃlio emergencial vai atender mais pessoas do que o inicialmente previsto. Segundo estimativas da equipe econômica, o programa deve chegar a mais de 40 milhões de indivÃduos em 2021. Mesmo assim, o auxÃlio deve contemplar uma população menor do que a de 2020. No dia 4 de fevereiro, o ministro Paulo Guedes (Economia) previa contemplar 32 milhões de brasileiros no auxÃlio emergencial.
O objetivo do Ministério da Economia é fazer uma filtragem e deixar o programa mais focado, direcionando recursos apenas à população pertencente à s camadas mais baixas de pobreza. De acordo com pessoas com conhecimento da negociação ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, a ideia da equipe econômica parte da premissa de que 75% dos recebedores do auxÃlio emergencial em 2020 representavam a parcela de 50% da população brasileira com menos recursos.
O novo programa seria voltado apenas a essa parcela de 75% de recebedores mais pobres. Apesar de ser mencionado nos bastidores um pagamento para mais de 40 milhões, o percentual representaria pelo menos 50 milhões —considerando os dados atualizados em dezembro pela Caixa (67 milhões receberam o auxÃlio emergencial).
De qualquer forma, a pasta buscar fazer as regras atenderem os mais carentes enquanto poupa recursos em relação ao programa do ano passado —que teve até servidores e militares recebendo o dinheiro, infringindo as regras previstas. A quantidade de pessoas a receber o auxÃlio inclui os beneficiários do Bolsa FamÃlia, que devem receber um aumento para obterem o mesmo que os demais atendidos.
Apesar de pressões entre congressistas por um valor mais alto, a equipe econômica insiste em que a quantia a ser paga deve ficar entre R$ 200 e R$ 250 por beneficiário. Valores como de R$ 300 são rechaçados sob a ótica de que seria empobrecido todo o paÃs por consequências de um programa mais caro (como a inflação e o aumento de juros).
A equipe também estuda eliminar o pagamento em dobro para mães solteiras, feito no ano passado —casos em que foi possÃvel obter R$ 1.200 em vez dos R$ 600 pagos nas cinco primeiras parcelas, e R$ 600 em vez de R$ 300 nas últimas quatro. A última parcela foi referente a dezembro de 2020.
O programa custaria no mÃnimo entre R$ 8 bilhões e R$ 12,5 bilhões por mês, considerando as variáveis de população e valor do benefÃcio previstas nas regras em estudo. O Ministério da Economia vem dizendo que busca um programa que dure somente três ou quatro meses, o que levaria o custo mÃnimo do auxÃlio emergencial em 2021 a um número entre R$ 24 bilhões e R$ 50 bilhões. Em 2020, o total liberado foi de R$ 322 bilhões.