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11 de agosto de 2017
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Bi do Cruzeiro na Libertadores completa 20 anos

Imagem Reprodução

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Torcedor cruzeirense: prepare-se para matar saudade de uma das gerações mais vitoriosas da história do clube. Do esquadrão temido em território nacional e no continente sul-americano. Da história que começou a ser desenhada lá em 1991, com a conquista da primeira Supercopa, passou por Copa do Brasil (1993 e 1996) e chegou à Libertadores da América de 1997 – o ponto alto daquela década. No próximo domingo, será comemorado o 20º aniversário do segundo título celeste do mais importante torneio de futebol das Américas. Para Nonato, Marcelo Ramos, Palhinha, Gottardo, Ricardinho, Elivélton e companhia, há um sentimento em comum: parece que tudo aconteceu ontem e passou num piscar de olhos. Mas o tempo é implacável. Não para. Resta aos heróis daquela conquista – que estão na faixa etária de 40 anos – relembrar cada detalhe. A começar pelo início difícil: a Raposa perdeu os três primeiros jogos do Grupo 4 – 2 a 1 para o Grêmio, no Mineirão; e 1 a 0 diante dos peruanos Alianza Lima e Sporting Cristal, em Lima. Veio então um pacto para a superação, conforme revelou o ex-lateral-esquerdo Nonato. “O Paulo (Autuori, que havia substituído Oscar Bernardi no comando técnico na segunda rodada) nos chamou para uma reunião, e todo mundo falou: ‘num grupo de quatro, a gente ficar fora para dois clubes peruanos não tem a mínima condição. Temos que dar um jeito de vencer. Se a gente se classificar, vamos chegar à final e ser campeões’”.A arrancada celeste começou com vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, no Olímpico, em 12 de março. Seis dias depois, a vítima foi o Alianza Lima: 2 a 0. Em 11 de abril, mais um triunfo, dessa vez contra o Sporting Cristal: 2 a 1.

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O Cruzeiro terminou o Grupo 4 na segunda posição, com nove pontos. E de acordo com o regulamento da Libertadores, os três melhores de cada uma das cinco chaves se classificavam para as oitavas de final. O River Plate – campeão da edição de 1996 – estava garantido automaticamente no mata-mata. Nos confrontos eliminatórios, veio o drama dos pênaltis. Mas drama para quem? Só se for para os adversários. Porque o Cruzeiro tinha Dida, especialista no assunto. Com 1,96m de altura e 2m de envergadura, o goleiro encaixou a cobrança do equatoriano Chalá, do El Nacional, e garantiu a vitória estrelada por 5 a 3. O time passou pelo Grêmio nas quartas de final no tempo normal, mas nas semifinais voltou a decidir a vaga no tiro de 11 metros. Dida defendeu dois arremates dos chilenos Basay e Espina, do Colo Colo, e facilitou a vida dos batedores cruzeirenses Ricardinho, Donizete, Fabinho e Marcelo Ramos, que fecharam o placar em 4 a 1. “Com o Dida ao nosso lado, a confiança aumenta também. Ele estava numa fase espetacular, vinha de algumas conquistas em que se destacou muito também e com certeza o clima era favorável para a gente na batida dos pênaltis, a confiança era grande. E os nossos batedores eram jogadores experientes, maduros e se prepararam para os pênaltis”, declarou o zagueiro Célio Lúcio.

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Na final, o Cruzeiro lidaria com um velho conhecido, o Sporting Cristal, que deixara pelo caminho os tradicionais argentinos Vélez Sársfield e Racing, além do “encardido” boliviano Bolívar. Pela representatividade do time mineiro no cenário sul-americano, o favoritismo era amplo. Contudo, ninguém disputa final de Copa Libertadores em vão. É o que pensa o zagueiro e capitão Wilson Gottardo. Ele disse que o time peruano sempre foi tratado com respeito pelos cruzeirenses. “Não considero assim. Não há como um azarão chegar à final. Ele pode ser considerado um azarão pela opinião pública e torcida. Mas não pensávamos assim. O Sporting Cristal chegou à final por méritos. Eles tinham bom estádio, estrutura muito legal, faziam um trabalho sério e contavam com bons jogadores. O brilho da nossa vitória foi intenso. O que poderia gerar uma cobrança maior é o fato de o time deles, historicamente, não ter tradição. Se perdêssemos, seria um prejuízo absurdo. Nesse confronto, o peso maior estava sobre o Cruzeiro. Uma derrota do Sporting Cristal seria mais normal que uma derrota do Cruzeiro”. A decisão reservou dois cenários. Na ida, no Estádio Nacional de Lima, os clubes fizeram jogo aberto e criaram boas chances. Aos 17min do primeiro tempo, Palhinha chegou cara a cara com o goleiro Julio Cesar Balerio, mas bateu contra o peito do adversário. O camisa 1 do Cristal ainda evitou que uma finalização de Marcelo Ramos ganhasse as redes. Na volta, em 13 de agosto, o confronto ficou mais tenso. E foram os peruanos que tiveram a grande oportunidade, aos 20min do segundo tempo. Solano cobrou falta e Dida deu rebote. Na sobra, Julinho teve tudo para fazer o gol, mas o goleiro do Cruzeiro conseguiu se recuperar e defendeu com a perna direita. Dez minutos depois, Elivélton se eternizou como protagonista e marcou, num chute despretensioso, o gol do título. “Estava no auge da carreira em 1997 e fui o felizardo de ter marcado o gol com a perna direita. De onde sobrava eu chutava. Não tinha medo. Não quero nem saber se o goleiro cooperou. O que importa é que meu nome está gravado na história do Cruzeiro Esporte Clube. Marcar um gol na final da Libertadores, todo jogador sonha com isso! O Cruzeiro é um clube que eu admiro muito. Tenho muito orgulho de ter feito aquele gol”, lembrou o ex-meio-campista, que vestia justamente a camisa 20 – número alusivo à data comemorativa.