Os especialistas de três institutos cientÃficos russos prepararam para sua aplicação prática um método de radiografia de múons que permite “ver” através de objetos com tamanho de até um quilômetro. O método foi desenvolvido por cientistas da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia da Rússia (MISIS, na sigla em inglês), juntamente com cientistas do Instituto de FÃsica da Academia de Ciências russa e do Instituto de FÃsica Nuclear da Universidade Estatal de Moscou. Ele se baseia na detecção de múons – partÃculas elementares, nascidas da colisão de raios cósmicos com a atmosfera da Terra. Quanto mais densa é a substância, tanto mais rápido o fluxo de múons desaparece. Portanto, se colocarmos um objeto sólido entre o espaço e o detector de partÃculas, o detector capturará a silhueta desse objeto. Se o objeto tiver cavidades, elas também serão visÃveis, pois os múons que voam através delas superam uma camada menor de substância sólida. Três detectores localizados em diferentes lados do objeto geralmente são suficientes para compor seu mapa tridimensional. Os múons são fixados com uma série de placas fotográficas com brometo de prata. Os cientistas melhoraram a tecnologia de tal modo que os detectores permitem não apenas ver os múons que caem neles, mas também determinar a direção de seu movimento. A nova tecnologia pode ter vários usos. Com sua ajuda, é possÃvel estimar de forma não invasiva o estado de um vulcão, um reator de uma usina nuclear ou uma geleira nas montanhas. Através dela também pode ser encontrado um novo depósito subterrâneo de gás natural. Além disso, usando os novos detectores, os especialistas poderão prever uma erupção vulcânica ou evitar as consequências catastróficas de fendas no solo.