O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 1,4 ponto em abril, atingindo 76,4 pontos, o maior nível desde abril de 2015 (77,2 pontos), considerando-se dados ajustados sazonalmente. O avanço na confiança no mês foi determinado exclusivamente pela percepção corrente dos empresários, como mostra o avanço de 2,9 pontos do Índice de Situação Atual (ISA-CST), para 65,7 pontos, o maior nível desde dezembro de 2015. A melhora foi generalizada pelos componentes do índice, sendo que a alta mais significativa aconteceu no segmento de Preparação de Terrenos, considerado um indicador antecedente do setor. “A continuidade desse movimento poderá sinalizar, nos próximos meses, se a retomada da atividade é consistente”, sinaliza a FGV em nota. Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 0,2 ponto em abril, atingindo 87,6 pontos, no que a FGV classifica como uma aparente acomodação após três altas consecutivas. A instituição ainda pondera que o IE manteve-se acima dos níveis do biênio 2015-2016, pois os empresários continuam relativamente otimistas quanto a evolução da demanda no curto prazo. A maior contribuição negativa para a queda veio do indicador que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses seguintes, que recuou 0,7 ponto, na margem, para 89,4 pontos. A coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castello disse que a inversão dos movimentos do ISA e do IE é significativa. “Finalmente a percepção empresarial em relação à situação corrente dos negócios melhora um pouco, seguindo a tendência das expectativas nos meses anteriores. Mas a distância entre os dois indicadores permanece muito elevada e o ISA continua em nível crítico”, comentou. Na nota, a FGV ainda sinaliza que a recuperação lenta do setor de construção deve começar pelas obras de infraestrutura, que apresentam maior otimismo quanto ao futuro, especialmente no segmento viário. Enquanto a melhora do setor de Edificações continua dependendo da ainda frágil tendência de recuperação da economia, estes segmentos parecem confiar em uma aceleração que dependeria de programas públicos ou em parcerias privadas, o que também carrega um componente relevante de incerteza”. O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor teve outra queda, agora de 0,2 ponto porcentual, e alcançou 62,8% em abril.