A advogada Eliana Calmon disse, na manhã desta terça-feira (18), que não se surpreendeu com os nomes citados nas delações dos executivos da Odebrecht, presos na. Candidata ao Senado pelo PSB, em 2014, ela acredita que não dá para manter uma candidatura sem recebimentos ilícitos de recursos. “Os fatos não surpreenderam ninguém, principalmente eu que estive na política. Compreendi que pelas regras do jogo é impossível fazer política sem corrupção. As campanhas são milionárias e o mercado já está viciado. As empresas financiavam as campanhas. […] Tanto é que quase todo político é rico”, avaliou, em entrevista à rádio Metrópole. Eliana também reafirmou que os esquemas de corrupção tiveram, por muito tempo, conivência de parte do Poder Judiciário. “Será que nada disso passou pelo Judiciário, ninguém foi capaz de barrar uma licitação? Baseada nisso, digo que o Judiciário teve uma participação. Depois da Constituição de 88, não se pode fazer nada sem o aval do Judiciário. Muita coisa virá à tona, porque quase tudo passou pelo Judiciário”, prosseguiu. “Nesse momento, não estamos questionando partidos políticos, porque todos fizeram aquilo que não poderia ser feito”, completou. Ela também negou que foi citada nas delações premiadas, e garantiu que todas as doações da Odebrecht foram declaradas à Justiça. “Nem acho que houve delação no meu nome. Minha campanha foi muito pequena e todo mundo sabia que eu não ganharia. Mas eles pegaram a prestação de contas e lá tinha que recebi doação da Odebrecht. Como eles contribuíam a todos, contribuíram para a minha campanha. Muito do dinheiro era doado ao partido e repassado”, assinalou.