A Bahia corre risco de deixar de atrair até R$ 2 bilhões em investimentos em cada projeto em matriz energética eólica e solar. Isto porque a falta de novos leilões de energia renovável neste ano compromete o potencial do estado na ampliação de parques eólicos e solares. Cada novo parque gera, pelo menos, 3 mil empregos na fase de construção. A estimativa de perdas é da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado (SDE). Segundo o superintendente da pasta, Paulo Guimarães, sem novas concessões, o impacto na cadeia produtiva de geração de energia eólica é muito grande. “Perde todo mundo quando não tem leilão, principalmente quem tem maior potencial. Novas fronteiras eólicas estão surgindo no mundo e outros países têm bons ventos também e podem ganhar a preferência por conta deste entrave”, afirma, lembrando: “Cada aerogerador paga ao proprietário de terra (no semiárido) algo em torno de R$ 1 mil a R$ 2 mil por mês e a terra segue disponível para que o proprietário possa continuar plantando a cultura que quiser”. O mapa dos ventos da Bahia aponta como melhores áreas para este tipo de empreendimento as localizadas no semiárido, em municípios como Sento Sé, Caetité e Igaporã. A construção de um novo parque é a etapa seguinte à realização no leilão, quando o governo compra determinado volume de energia. O vencedor do leilão, com a venda garantida, parte, então, para construir os parques e gerar a energia previamente encomendada pelo governo. A Bahia lidera a capacidade de atração de projetos eólicos no país, com um terço da energia contratada e até 2018 pode chegar a ocupar o primeiro lugar no ranking no número de parques eólicos em Dos 300 novos parques que devem ser instalados no país até 2020, 164 serão em território baiano. Os ventos baianos são constantes, unidirecionais e sem rajadas, e proporcionam fatores de capacidade acima de 50%. “A gente continua recebendo sinal de interesse de investimento das empresas que estão instaladas aqui, mas todas abortaram projetos de expansão no estado por conta da falta de novos leilões”, assegura Guimarães. “(As empresas) Querem adensar a cadeia produtiva, trazendo novos fornecedores, desde que o mercado aponte condições para isso. Se não tem concessão não tem a quem fornecer”, completa.