O Departamento de Estado norte-americano avalia uma contraproposta brasileira para o uso da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão. O novo texto foi entregue ao governo americano há cerca de dois meses. A primeira proposta, feita pelos EUA, havia sido redigida há 15 anos. “Este acordo não passou em nosso Congresso porque, talvez, era um procedimento mais intrusivo do que o justificável para a proteção da propriedade intelectual, da informação e dos equipamentos, que são sensÃveis e podem se prestar tanto para fins pacÃficos como para fins militares”, disse o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sergio Amaral, nesta quarta (27). Sem entrar em detalhes sobre o texto, o embaixador disse que a contraproposta brasileira, que flexibiliza algumas exigências americanas, é “muito razoável”. No primeiro texto, a proposta americana previa o uso da base com direito a sigilo total de seu equipamento. O embaixador dos EUA no Brasil, Michael McKinley, que está em Washington para um evento, confirmou que a contraproposta brasileira está sendo avaliada. Ele, contudo, já adiantou que as preocupações dos EUA com segurança da informação e dos equipamentos “continuam as mesmas”. A contraproposta brasileira vem depois de as negociações com a Ucrânia fracassarem. Em 2015, o governo federal cancelou o acordo bilateral para o lançamento de foguetes com satélites ucranianos, depois que os dois governos gastaram aproximadamente R$ 1 bilhão na empreitada fracassada. Na última semana, o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes, conversou com o homólogo ucraniano, Pavlo Klimkin, em Nova York, sobre a necessidade de liquidar a empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), já que a empresa inativa segue com despesas mensais.