A Bahia Mineração (Bamin) informou, por meio de nota enviada à Agência Sertão, que está estudando a incorporação de um sistema de filtragem de rejeitos com a finalidade de reduzir a umidade do rejeito produzido pela extração de minério de ferro da mina do projeto Pedra de Ferro.
Segundo a empresa, a implantação do sistema pretende aumentar significativamente a recuperação de água, convertendo a barragem de rejeitos em uma unidade de pilha seca. A Bamin informou que o projeto vem sendo estudado nos últimos dois anos e que a conclusão da engenharia básica está prevista para julho deste ano, e será apresentada ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos HÃdricos (Inema) e à Agência Nacional de Mineração (ANM) para análise técnica.
A Bamin informou que, além dos aspectos de segurança das instalações de filtragem de rejeitos, o sistema de filtragem irá permitir maior recuperação de água acima de 90%, o que deve reduzir significativamente o uso do recurso.
O projeto atual da Bamin, aprovado nos órgãos responsáveis, prevê a instalação de uma barragem de rejeitos a jusante, com capacidade para armazenar até 180 milhões e metros cúbicos de lama. A empresa afirma que o coeficiente de estabilidade e segurança do projeto tem o Ãndice de 2,24, acima dos Ãndices exigidos pela legislação brasileira e práticas internacionais que é de 1.5.
O projeto inicial para armazenamento de rejeito da Bamin previa a construção de uma barragem à montante que custaria R$ 90 milhões. Depois das tragédias registradas em Mariana (2015) e Brumadinho (2019) com barragens do tipo, foi apresentado o novo projeto de barragem à jusante, com custo estimado em R$ 200 milhões. Já o novo projeto ainda não teve o orçamento definido pela empresa.
O projeto de construção da barragem de rejeitos encontra muita resistência por parte dos moradores vizinhos ao projeto, em comunidades rurais de Caetité e PindaÃ, e da própria população de Guanambi, cidade no caminho da lama em um eventual rompimento no futuro, assim como a barragem de CeraÃma, principal reservatório de armazenamento de água da região. Além do risco de acidentes, também há receio pela diminuição da oferta de água, já que o projeto será instalado sobre o leito do riacho Pedra de Ferro, afluente do rio CarnaÃba.
Desde o ano passado, a Bamin iniciou a extração de minério em escala reduzida na mina Pedra de Ferro. O produto está sendo escoado por caminhões até o municÃpio de LicÃnio de Almeida e embarcado em trens da Ferrovia Centro-Atlântica, de onde é distribuÃdo para siderúrgicas do Sudeste do paÃs.
Esta exploração já gera rejeitos secos, que estão sendo colocados em pilhas de estéril, numa área próxima de onde está prevista a construção da barragem. Questionada pela Agência Sertão sobre os riscos de contaminação dos cursos d’água pelos rejeitos, a Bamin disse que o material residual da operação terá aproveitamento futuro e que não há riscos de serem carregados para o leito dos cursos d’água em momentos de chuva, uma vez que possui sistemas de drenagem que margeiam as pilhas.
A Bamin foi a vencedora do leilão realizado na última semana e terá a concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). A empresa irá comandar por 35 anos o trecho entre Ilhéus e Caetité. As obras estão com certa de 75% de execução e o restante da conclusão será de sua responsabilidade. Serão investidos cerca e R$ 3,3 bilhões no empreendimento, metade para a conclusão das obras. A Bamin também vai construir o Porto-Sul, em Ilhéus, por onde exportará sua produção.
Tanto a mineração, quanto a ferrovia e o porto enfrentam resistência de comunidades tradicionais do traçado e entorno e de ambientalistas. O temor é por problemas ambientais relacionados à fauna e flora e aos impactos nas comunidades próximas ao empreendimento.
Em resposta à sua solicitação, a BAMIN informa que, atualmente, a BAMIN possui um projeto licenciado pelo INEMA que prevê a construção de uma barragem de rejeitos a jusante com coeficiente de estabilidade e segurança de 2,24, bem acima dos Ãndices exigidos pela legislação brasileira e práticas internacionais que é de 1.5.
Buscando garantir a máxima segurança, vem estudando a incorporação de um sistema de filtragem de rejeitos nos últimos dois anos, que reduzirá a umidade do rejeito aumentando significativamente a recuperação de água, convertendo a barragem de rejeitos em uma unidade de pilha seca. Além dos aspectos de segurança das instalações de filtragem de rejeitos, a recuperação de água acima de 90%, reduz significativamente o uso do recurso.
A conclusão da engenharia básica está prevista para julho deste ano e será apresentada ao INEMA e à ANM para análise técnica.
Em relação à produção atual, o processo é totalmente a seco e o material residual da operação terá aproveitamento futuro. Não há riscos de serem carregados para o leito dos cursos d’água em momentos de chuva, uma vez que possui sistemas de drenagem que margeiam as pilhas. A BAMIN ressalta, ainda, que todos os processos da atual operação da mina estão devidamente licenciados pelo órgão responsável.