Ao notar as potencialidades da internet como propagadora de informações, Larissa Sandes, engenheira de alimentos formada pela Uesb, decidiu divulgar em suas redes sociais a pesquisa de iniciação científica que desenvolveu durante a graduação, sob a orientação da docente Cristiane Patrícia de Oliveira, no campus de Itapetinga. O vídeo sobre embalagens plásticas biodegradáveis logo ganhou a notoriedade do website “Menos 1 lixo” – especializado em divulgar iniciativas sustentáveis -, que ao repercutir o conteúdo de Larissa chamou a atenção também da mídia nacional. Até o momento, a jovem já foi entrevistada por veículos nacionais como Estadão, Casa Jardim e, em breve, a Globo News fará uma reportagem sobre a pesquisa. “Institutos vieram falar comigo sobre a pesquisa. Estou fazendo parte do grupo Lixo Zero, em Brasília”, afirmou Larissa. Além disso, pequenas empresas têm procurado ela para pensar em formas de comercializar as chamadas embalagens ativas, ou seja, produtos que se desintegram mais rapidamente no meio ambiente e prolongam a vida útil dos alimentos.
A pesquisa de Larissa faz parte de uma pesquisa maior orientada por Cristiane Patrícia de Oliveira, coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos vinculada ao Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN), sobre embalagens ativas e inteligentes. Durante sua pesquisa doutoral, a docente fez pesquisas utilizando diversos produtos – como amidos e fécula de batata – para desenvolver embalagens biodegradáveis. Quando retornou à Uesb, Cristiane deu continuidade a sua pesquisa junto a um grupo de orientados para fazer experimentos. “Embalagens ativas são produtos que interagem com o alimento. Têm vários tipos: antioxidante, antimicrobianas, absorvedoras de oxigênio, etileno etc. Elas funcionam da seguinte forma: no alimento processado, ao invés de colocar o aditivo nele, acrescenta a substância na embalagem”, explica a docente. Segundo ela, as substâncias migram para o produto, quando necessário, diminuindo a quantidade de aditivo que se coloca diretamente no alimento. “Larissa foi minha terceira orientanda de iniciação científica; com ela, desenvolvemos a pesquisa utilizando como base para as embalagens a fécula, que se difere das embalagens tradicionais do mercado que usam produtos derivados do petróleo”,
A docente explica que o grupo de pesquisa desenvolve as chamadas embalagens fílmicas, ou seja, não basta o produto ter origem natural, ele também tem que gerar uma espécie de filme. “Nosso laboratório é experimental, por isso fazemos a técnica ‘de casting’ – uma solução colocada numa superfície, quando seca, o solvente evapora formando o filme”, comenta Cristiane. A proposta é que o projeto se torne mais palpável para a população, com o intuito de desenvolver as embalagens ativas também na casa das pessoas.