Cálculos feitos pela organização não-governamental Contas Abertas mostra que o Legislativo custa R$ 1,16 milhão por hora ao longo dos 365 dias do ano. Esse custo inclui fins de semana, recessos parlamentares e as segundas e sextas-feiras, quando os parlamentares deixam a capital federal para fazer polÃtica em suas bases eleitorais. “As pessoas ficam muito restritas a quanto custa um parlamentar em si, com todas as suas mordomias. Isso custa caro, sim. Mas o Congresso tem uma estrutura muito maior que isso que consome recursos públicos, dificultando ainda mais o equilÃbrio no orçamento”, lembrou o presidente da ONG, o economista Gil Castello Branco. Ainda de acordo com a organização, cada deputado federal recebe um salário bruto de R$ 33,7 mil, um valor superior ao do presidente da República e de seus ministros, que ganham R$ 30,9 mil mensais. Os parlamentares brasileiros, de acordo com diversos levantamentos de organizações e publicações estrangeiras, são os mais bem pagos da América Latina, seguidos por Chile, Colômbia e México. Além do salário, eles têm direito a outros benefÃcios, como verba de gabinete, cota de passagens para seus destinos eleitorais e reembolso com despesas de saúde. Somando-se tudo, juntos, os 513 parlamentares custam em média R$ 86 milhões ao mês, o que representa um custo anual de R$ 1 bilhão. “Não adianta apenas dizermos que o Congresso gasta muito. Se fosse isso, bastaria apagar a luz ou economizar no clipe. O problema é que ele é caro e oferece pouco retorno para a população em termos práticos”, criticou a vice-presidente da Ideia Inteligência, Cila Schulmann. “Para piorar, não existe um sistema de contrapesos e fiscalização de gastos entre os três poderes, o que deveria acontecer em uma estrutura minimamente equilibrada”, disse o coordenador do laboratório de polÃtica e governo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Milton Lahuerta. “Em vez de se fiscalizarem, cada um deles, especialmente o Judiciário, cria mecanismos de autoproteção que impede uma transparência na publicação dos gastos”, completou Lahuerta.