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30 de abril de 2021
Bahia

Membro da CPI da Covid, Otto diz que pedido para Rui Costa depor nem deve ser votado

Foto Roque de Sá

O requerimento apresentado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo no Congresso, para que o governador Rui Costa (PT) seja convocado a depor na CPI da Covid nem deve ser votado pelos membros da comissão. O senador baiano Otto Alencar (PSD-BA) frisa que o artigo 146 do regimento interno do Senado impede a investigação de assuntos pertinentes a autoridades de outros poderes, sem ligação com o governo federal, em CPIs.

“O presidente pode rejeitar, nem precisa botar em votação. Eu não botava porque a lei não permite”, disse o senador ao Bahia Notícias. Segundo o artigo, “não se admitirá comissão parlamentar de inquérito sobre matérias pertinentes: I – à Câmara dos Deputados; II – às atribuições do Poder Judiciário; III – aos Estados”.

O pedido em questão tem como foco não só a convocação do governador baiano, mas também dos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do Pará, Helder Barbalho (MDB). A justificativa é genérica. Traz informações sobre a pandemia e diz que a convocação de Rui “será de importância singular para que [ele] exponha sua atuação e seus conhecimentos sobre os fatos acima relacionados [o combate à Covid-19]”.

Na noite desta quarta-feira (28), o jornal O Globo publicou uma reportagem que mostra que pelo menos sete requerimentos protocolados pelos senadores governistas Ciro Nogueira (PP-PI) e Jorginho Mello (PSDB-SC) foram produzidos por uma funcionária do Palácio do Planalto. Já nesta manhã, uma atualização do portal G1 indica que ao menos 11 solicitações de parlamentares governistas foram criadas pelo Planalto.

De acordo com Otto, esse número já chega a marca de 20 requerimentos e o de Marcos Rogério, convocando os governadores, seria um deles.

“De forma até muito subserviente o senador encaminhou isso”, criticou o baiano. “É uma coisa sectária, obsessiva do Bolsonaro de perseguir aqueles que discordam dele. Eles querem fazer fumaça porque estão com muito receio. Teve aquele diálogo com [senador, Jorge] Kajuru, botaram a tropa de choque, entraram agora no Supremo contra Renan [Calheiros, relator da CPI] e aí já dão recibo da culpa. Da hidroxicloroquina, de não usar máscara, de fazer aglomeração”, acrescenta.

Enquanto o governo tenta desviar o foco da comissão, instalada para investigar as ações e omissões do governo Bolsonaro no combate à pandemia, o ritmo da CPI está intenso. No final da manhã desta quinta, os membros começaram a aprovar as convocações. Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich serão os primeiros, na manhã da próxima terça-feira (4). Já o general Eduardo Pazuello, também ex-ministro da pasta, será ouvido na quarta (5).