O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou, nesta sexta-feira (7), que ajuizou uma ação civil pública contra o ex-professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Alex Sandro Macedo Almeida, alvo de denúncia de assédio sexual contra alunas da instituição no final do ano passado. O órgão pede à Justiça que o ex-professor seja condenado a ressarcir a instituição de ensino em R$ 150 mil. O MP informou que a ação movida é por ato de improbidade administrativa cumulada com pedido de danos morais e de indisponibilidade de bens, em caráter liminar. O docente tinha o cargo de professor assistente, lotado no Departamento de Ciências Humanas, no campus de Eunápolis, região sul da Bahia. Na ação, o promotor de Justiça Dinalmari Mendonça Messias pede à Justiça ainda pede que o ex-professor tenha seus direitos políticos suspensos de três a cinco anos. A Justiça podem acatar ou não o pedido do MP. O promotor considerou que o comportamento de Alex Sandro é “incompatível com a dignidade do cargo” e classificou as conduta como “gravíssimas”. Alex Sandro Macedo Almeida foi demitido da universidade, conforme portaria em decisão publicada no dia 22 de junho, no Diário Oficial do Estado da Bahia. O documento informa que o profissional foi punido por cometer “infração disciplinar” e “prática de conduta proibida ao servidor público”. A decisão, “com fundamento nas recomendações da Procuradoria Jurídica”, foi assinada pelo reitor da instituição, José Bites de Carvalho. O professor de sociologia chegou a ser afastado por dois meses após a denúncia de assédio sexual contra alunas da instituição. Ele negou a acusação. Uma aluna ouvida pela reportagem da TV Santa Cruz, à época, e que não quis se identificar, disse que o professor propôs fazer sexo com ela, por meio das redes sociais. “Ele veio falar comigo. Não lembro exatamente quais foram as palavras, mas era um convite, para poder fazer relações sexuais com ele. Falei assim: ‘Oxe, professor’. Ele falou: ‘Como assim, o que é que tem?'”, contou. Outra aluna diz que se sentiu constrangida quando pegou carona com ele e o professor não parou de falar sobre sexo. “Em todo o percurso, o professor dizia palavras de conotação sexual, como: ‘Ah, você gosta de sexo? Você gosta de sexo como?'”, relata. O professor admitiu que falou sobre sexo com alunas, mas disse que isso aconteceu porque era assunto da matéria e negou ter feito convites a alunas. “Sexo é um assunto sociológico. Eu sou formado em sociologia. As relações sexuais estão colocadas na sociedade e quando comento isso com qualquer estudante, posso comentar do ponto de vista sociológico”, afirmou na época após as acusações.