FOTO: BRUMADO ACONTECE
O governador Rui Costa (PT) minimizou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), para investigar o Centro de Convenções, em Salvador, que sofreu um desabamento no mês de setembro. O pedido foi protocolado pela bancada oposicionista e aceito pelo presidente da Casa, deputado Angelo Coronel (PSD). “Eu prefiro me dedicar à criação e a fazer as coisas acontecerem. Tem gente que não aprendeu ainda qual é o caminho. A Bahia do futuro, a Bahia da cultura, a Bahia da modernidade, a Bahia da tecnologia, a Bahia da mobilidade urbana. Aqueles que querem ficar presos no passado, na picuinha, deixa lá se divertindo. Quem sabe, o tempo ensina a cada um deles qual é a Bahia que o povo quer, de emprego, de novidades, de criação, e eu não vou perder tempo com isso. Isso para mim é irrelevante. Eu vou cuidar das coisas que, de fato, interessam à Bahia”, declarou, em conversa com a imprensa, na manhã de ontem, durante o lançamento da Campus Party.O petista disse que terá uma reunião com os líderes de governo. “O povo baiano está odiando essa picuinha política. Como eu tenho muito o que dizer, não vou perder tempo com isso”, acrescentou. As obras de recuperação do Centro de Convenções teriam custado R$ 5,3 milhões, mas foram interrompidas quando parte da estrutura ruiu no ano passado. Por sua vez, o deputado estadual Alex Lima (PTN) criticou a criação da CPI, alegando que existem outros meios mais viáveis de fiscalização. “A Assembleia poderia ter feito isso, pedido os investimentos detalhados, é um direito da Assembleia saber o que aconteceu, mas é uma preocupação minha que isso seja usado agora como palanque político. Espero que a Assembleia não se preste a esse papel de picuinha política”, disse. De acordo com o parlamentar, apesar de o desabamento ter acontecido durante a gestão de Rui, os problemas que levaram ao incidente foram gerados e intensificados anos atrás.Alex Lima, por outro lado, não quis comentar a decisão de Coronel, principalmente quando questionado se o antecessor do pessedista, Marcelo Nilo (PSL), teria feito o mesmo. “A questão não é esse presidente ou não. A oposição tem banalizado essa questão de CPI. Do primeiro governo Rui Costa até hoje, foram vários pedidos de CPI. É um instrumento legítimo, mas tem que ser usado em casos específicos. Mas vamos fazer o debate porque o governo não tem nada a esconder”, acrescentou.
