
Mais de cem pacientes com doença renal crônica estão internados em hospitais públicos da Bahia, aptos a receber alta médica, mas seguem hospitalizados por falta de vagas para diálise ambulatorial — com esperanças que chegam a seis meses. A situação, considerada uma crise humanitária por especialistas, levou a Sociedade Brasileira de Nefrologia – Regional Bahia (SBN Bahia) a solicitar uma audiência com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e acionar a Frente Parlamentar Mista da Nefrologia.
O impasse foi tema de uma reunião realizada na sexta-feira (9) na sede da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), com a presença da presidente do SBN Bahia, Ana Flávia Moura, do subsecretário estadual da Saúde, Paulo Barbosa, e do presidente nacional da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), José Moura-Neto. Os representantes reforçaram a gravidade do quadro e pediram medidas emergenciais.
O centro de referência em nefrologia na Bahia, Hospital Alayde Costa, em Salvador, enfrentou alto índice de ocupação devido a esse impasse no fluxo de pacientes com doença renal crônica. Dos 82 leitos disponíveis, 57 — o equivalente a 70% da capacidade — estão ocupados por pessoas que já conseguiram ter recebido alta hospitalar.
Em nota divulgada nas redes sociais, o SBN Bahia reforça a urgência e a gravidade da crise instalada no Estado. “Um cenário alarmante, que compromete a dignidade humana e coloca vidas em risco”, diz o texto.
A entidade alerta ainda que a permanência prolongada desses pacientes em ambiente hospitalar, sem necessidade clínica, não apenas sobrecarrega o sistema de saúde como compromete a dignidade humana.
“A resposta das autoridades deve ser imediata, com política de prioridade e compromisso com o bem-estar da população, especialmente das mais vulneráveis, diz outro trecho da nota.