Lula municia oposição ao dizer que Deus deixou o sertão sem água porque sabia que ele seria presidente

Uma declaração do presidente Lula (PT) durante a manifestação do Ramal do Apodi (PB), parte do projeto de transposição do Rio São Francisco, entrou na mira da oposição. Ao criticar a demora de 179 anos para a realização da obra, Lula disse nesta quarta-feira (28): “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu seria presidente e traria água para cá”.

A justificativa, interpretada como uma associação da história seca do Nordeste a um plano divino que culminou em sua própria Presidência, foi colocada por opositores como um ato de “delírio messiânico”, “blasfêmia” e “megalomania”.

O deputado Nikolas Ferreira (PL/MG), que viralizou nas redes sociais neste ano com ataques ao escândalo do INSS e a crise do Pix, citou trechos bíblicos contra o “uso do nome divino em vão”. Deputado cassado e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Novo) tachou a fala de “surreal” e de “uso do nome de Deus em vão”, acusando Lula de “transformar o sofrimento do povo em propaganda”.

O deputado federal Carlos Jordy (PL/RJ) solicitou a declaração de “heresia de narcisista sem respeito a Deus”, criticando a tentativa de “apropriação” da obra. Também do PL, o deputado federal André Fernandes (CE) ironizou: “Lula e Janja competem para ver quem fala mais besteira”, comparando a fala do presidente com outras declarações recentes da primeira-dama que geraram polêmica.

O deputado Filipe Barros (PL/PR) atacou o que chamou de “megalomania que zumbi da dor nordestina” e afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concluiu a transposição sem “blasfêmias”. Já a deputada federal Daniela Reinehr (PL/SC) questionou: “Ele se acha um messias?”, destacando o que viu como “deboche com a fé e a miséria”.

O senador Marcos Pontes (PL/SP) reforçou as críticas e qualificou a fala como “zombaria da fé”. Senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR) criticou a “mania de grandeza incompatível com fracassos de seus governos”.

No mesmo dia, em outro evento do mesmo tema em Pernambuco, Lula criticou o que chamou de paralisia do governo Bolsonaro e deu um recado sobre as eleições do próximo ano. “A gente não pode votar em qualquer tranqueira para governar este país. É preciso votar em gente que tem compromisso, que tem dignidade”, disse ele, que cumpriu duas agendas no Nordeste na quarta-feira (28).

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