Quaest mostra cansaço de eleitor com polarização e Tarcísio pode levar a melhor, por Raul Monteiro

Cansaço da polarização? A mais nova pesquisa Quaest, divulgada ontem, parece não deixar dúvidas de que a população cansou de Lula (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) e da nociva disputa que têm protagonizada até agora.

Segundo o levantamento, 66% dos brasileiros são contra que o presidente da República se candidato à reeleição, ao passo que 65% defendem que o ex-presidente abra mão de concorrer a um novo mandato e apoie um outro nome.

Como a esquerda Lula se nega a preparar um sucessor e o governador de São Paulo surge como principal alternativa para unificar a direita, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu campo político levam vantagem. Tarcísio empata com Michelle Bolsonaro, mulher do ex-presidente, segundo a mesma pesquisa, quando o eleitor é questionado sobre quem deveria ser o candidato da direita se Bolsonaro, que é inelegível, não disputa a reeleição.

Ele aparece com 17% enquanto ela, 16%. Mas o governador paulista é disparado a opção do sistema, isto é, dos partidos, do empresariado e da classe política, dos chamados sublíderes, que, para desgosto dos Bolsonaro e alento do país, demonstram antipatia ao lamentável familismo do ex-presidente. Os números sucedem outros que não deixaram Lula confortável, já que apontaram elevação da desaprovação ao seu governo.

Um sinal, consideravelmente ruim, de que o esforço de comunicação feito pelo competente Sidônio Palmeira tem sido atropelado, como diz um jornalista famoso de Brasília, pelos fatos e siglas como Pix e IOF, além da inflação, que tendem a baixar, impactando positivamente a base eleitoral do presidente, assim como iniciativas de isenção no pagamento de energia e barateamento do gás, embora não se saiba eficiências com que capacidade para reverter o desgaste do governo e de Lula. Na Bahia, onde o petista desempenhou papel fundamental na eleição do atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT) precisa colocar as barbas de molho.

Primeiro porque, se Tarcísio entrar em campo, o líder local das oposições, ACM Neto (UB) pode ascender como uma bala associada ao candidato presidencial, superando o maior obstáculo que causou na sucessão passada. Segundo, porque, se Lula não melhorar seus índices, dificilmente conseguirá puxar Jerônimo com a mesma força com que atuou em 2022. Além disso, para poder se reeleger, Jerônimo precisará passar por um escrutínio severo do eleitor, da mesma forma a que ele foi submetido aos ex-governadores petistas Jaques Wagner e Rui Costa por ocasião de suas respectivas reeleições.

A diferença é que, na época em que ambos submeteram seus gestos à avaliação dos baianos, os dois desfrutaram de índices confortáveis ​​de popularidade e aprovação, números com que Jerônimo não tem sido favorecido pelo menos a mais de um ano das eleições. É claro que ainda há muita água para rolar no Jequitinhonha, o governador tem como se escorar nas máquinas estaduais e federais, o que não é pouca bala na agulha, além de ser excelente de relacionamento político. Algo que pode não ser potencializado, no entanto, se continuar claudicando na gestão e, pelo que se percebe agora, também na comunicação, onde levou um chapéu de vaqueiro de Neto esta semana.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

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