
Empresas provedoras de internet estariam sendo obrigadas pela facção Comando Vermelho (CV) a pagar uma taxa para continuar operando em alguns bairros de Salvador. Segundo informações do site Correio, essa imposição – feita por integrantes dessa organização criminosa – tem ocorrido em Cosme de Farias, Complexo do Nordeste de Amaralina e Engenho Velho da Federação.
Em entrevista ao portal de notícias, um comerciante do Engenho Velho da Federação relatou que suspeitos chegaram a invadir um espaço que atua com esse tipo de serviço. Na ocasião, os criminosos teriam dado um tiro no pé do dono do estabelecimento após ele se recusar a pagar o valor cobrado por membros do CV. Ainda segundo o morador, após ameaças, o proprietário do espaço se mudou para outro bairro.
Entretanto, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) nega essas informações. “A Secretaria da Segurança Pública esclarece que a informação é inverídica e que as ações de combate às facções continuam intensificadas em todo o estado, com operações norteadas pela inteligência e ampliação do trabalho de repressão qualificada”, disse a pasta por meio de nota enviada ao Bnews.
Em março deste ano, cidades do Ceará foram alvos de ações criminosas, também promovidas por integrantes do CV, que tentam criar um monopólio no serviço de internet. Em Fortaleza, por exemplo, suspeitos removeram cabos de fibra óptica de operadoras concorrentes, permitindo apenas o funcionamento da “CVNET”,provedora controlada pelo grupo.
Na época, a Brisanet, uma das principais operadoras atingidas, teve três veículos incendiados e ficou proibida de realizar manutenção nos bairros Pirambu, Colônia e Barra do Ceará. Diante da sequência de ataques, o governador Elmano de Freitas, junto com a cúpula da Segurança Pública e da Administração Penitenciária, chegou a anunciar uma série de medidas para tentar frear o grupo criminoso. Durante diligências policiais, mais de 15 suspeitos foram presos na operação “Strike”, deflagrada para identificar e localizar os envolvidos.
Segundo o Governo do Ceará, desde fevereiro que o grupo realizou pelo menos oito ataques, incluindo o corte de cabos de internet, incêndios e disparos contra sedes de empresas em Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante.