O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou apoio ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a Presidência em 2026, com Michelle de vice. A informação circula entre parlamentares e membros próximos ao governo paulista, e foi confirmada por interlocutores próximos a Tarcísio. A ideia é que Bolsonaro declare apoio apenas perto da desincompatibilização, evitando desgaste e riscos políticos com o STF.
A estratégia também beneficia Tarcísio, que evita assumir cedo a candidatura e mantém margem para se reposicionar conforme o cenário evoluir. A assessoria de Tarcísio negou ter havido qualquer sinalização formal de Bolsonaro e reafirmou que ele é pré-candidato à reeleição estadual. Já a equipe de Bolsonaro não comentou o tema. O advogado Fábio Wajngarten disse que está focado na prisão de Gilson Machado.
Gilson, aliado do ex-presidente, foi preso sob suspeita de envolvimento em um plano de fuga para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. Nos bastidores, aliados relatam mudança no tom de Tarcísio, que antes negava disputar o Planalto, mas agora admite essa possibilidade. A falta de apoio claro de Bolsonaro era um dos principais motivos para Tarcísio rejeitar a candidatura, segundo aliados ouvidos pelo Estadão.
O ex-presidente ficou hospedado no Palácio dos Bandeirantes no fim de semana, antes de depor ao STF, reforçando a aproximação entre eles. Bolsonaro e Tarcísio estarão juntos novamente no dia 17, durante evento agropecuário em Presidente Prudente, no interior de São Paulo.
Apesar de negar ser candidato, Tarcísio tem feito gestos que indicam disposição para disputar a Presidência em 2026. Entre esses gestos está o lançamento de um programa social mais amplo que o Bolsa Família e críticas à política econômica do governo Lula.
Há 20 dias, Tarcísio afirmou, ao lado de líderes do Centrão, que o grupo tem projeto para o Brasil e fará a diferença nas eleições. Na ocasião, o presidente do PP, Ciro Nogueira, disse que o Brasil chamará Tarcísio de presidente “em breve, agora ou em 2030”.
O evento marcou também a filiação de Guilherme Derrite ao PP, lido como possível pré-campanha ao governo paulista em 2026. Nos bastidores, aliados já discutem quem pode suceder Tarcísio em São Paulo: André do Prado, Ricardo Nunes ou Gilberto Kassab. No entanto, parte da base ainda vê o cenário indefinido, já que Michelle ou Eduardo Bolsonaro também podem encabeçar a chapa. Segundo a pesquisa Genial/Quaest, Tarcísio e Michelle empatam com Lula no 2º turno; Eduardo aparece com desvantagem de 10 pontos.