
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos‑PB), abandonou o tom moderado inicial ao atender às pressões de deputados e endurecer contra o STF e o governo Lula. Motta levou ao plenário o futuro da deputada Carla Zambelli, mesmo após ser condenada pelo STF, recuando de posição anterior para satisfazer a bancada do PL.
Além disso, tramita com urgência um decreto legislativo para suspender o decreto que elevou o IOF, contestando diretamente medidas fiscais do Executivo. O estopim do confronto está no atraso das emendas impositivas: apenas R$ 85,7 milhões dos R$ 50,4 bi previstos foram empenhados até 13 de junho. Motta perdeu a “moeda de troca” e enfrenta pressão para usar instrumentos institucionais.
Apesar da proximidade anterior com Lula, viagens e encontros amistosos a relação se deteriorou por discordâncias sobre o pacote fiscal e aumento de impostos. Opinião: Motta acerta ao usar prerrogativas da Casa para preservar autonomia do Legislativo. No entanto, o risco é que o embate institucional se torne crônico, travando a governabilidade. Mais diálogo e menos ressentimento seriam o melhor caminho para equilibrar poder, confiança e resultado para a população.