
Mesmo ocupando três ministérios na Esplanada do governo Lula (PT), o PSD vai usar seu programa partidário na TV para reforçar sua parceria com Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As inserções vão ao ar entre 16 e 27 de junho, com foco no eleitorado paulista. Dos sete vídeos que serão exibidos, cinco destacam diretamente a imagem de Tarcísio.
“Juntos, o governador Tarcísio de Freitas e o PSD estão dando um novo impulso ao desenvolvimento de São Paulo”, diz um dos vídeos, destacando obras e programas conjuntos. A campanha mostra o governador em atividades públicas, como inaugurações, visitas a canteiros de obras e encontros políticos. A narração reforça: “Governo de São Paulo e PSD, uma parceria que leva São Paulo adiante.”
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que acredita na candidatura de Tarcísio à reeleição em 2026, mas não descartou apoio caso ele dispute a Presidência da República. Kassab, que é secretário de Governo na atual gestão paulista, disse que, se Tarcísio optar por concorrer ao Planalto, “o PSD estará com ele”.
Atualmente, o partido ocupa cargos-chave no governo Lula, com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca). Outros dois vídeos da campanha partidária destacam a participação feminina, com depoimentos da senadora Mara Gabrilli e da deputada Marta Costa, ambas de São Paulo.
Elas incentivam a filiação de mulheres ao PSD, defendendo uma atuação política mais inclusiva e representativa dentro da sigla.
Análise para 2026: PSD em jogo duplo
O movimento do PSD revela uma estratégia de “jogo duplo” para as eleições de 2026. Enquanto se mantém no governo federal, o partido investe na imagem de um possível adversário de Lula. A aproximação com Tarcísio reforça a posição do PSD como um agente político pragmático, disposto a dialogar com diferentes espectros para manter relevância.
Caso Tarcísio decida disputar a Presidência, o apoio do PSD pode ser crucial para viabilizar uma candidatura de centro-direita com mais amplitude e articulação nacional. Essa ambiguidade, no entanto, pode cobrar um preço: o PSD corre o risco de ser visto como incoerente por parte do eleitorado e de perder espaço caso o cenário político polarize ainda mais.
Nos bastidores, o movimento também pressiona o Planalto, mostrando que o apoio do partido ao governo não é incondicional. Em resumo: o PSD mantém todas as cartas na mesa.