
A possível candidatura de Jaques Wagner (PT) à reeleição ao Senado pode ser deixada de lado para ele assumir a coordenação da campanha de Lula. Os rumores sobre a mudança ganharam força nesta semana em Brasília e São Paulo, diante da crescente reprovação ao governo nas pesquisas.
Segundo lideranças petistas, o próprio presidente Lula já teria tratado do tema com Wagner e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Lula avalia que Wagner tem perfil técnico e político para articular nacionalmente sua campanha, especialmente em um cenário de instabilidade.
Com isso, ganha força a hipótese de Rui Costa concorrer ao Senado pela Bahia, cargo hoje ocupado por Angelo Coronel (PSD). A possível candidatura de Rui, no entanto, gera tensão entre PT e PSD, pois tiraria de Coronel o espaço na chapa governista.
Em resposta, Coronel passou a cogitar disputar o Senado por outra chapa, até mesmo ao lado de ACM Neto (União Brasil), ou de forma avulsa. A decisão sobre Coronel dependerá de articulação direta entre Lula e Otto Alencar (PSD), que lidera o partido na Bahia e é aliado do presidente.
Otto ganhou prestígio com Lula por sua atuação durante a pandemia, enquanto Rui se fortaleceu como defensor do governo nos bastidores do Planalto. O presidente avalia que garantir Rui no Senado pode ser útil para manter apoio político caso consiga um novo mandato em 2026.
A força de Lula na Bahia ainda é expressiva, mas a fadiga de imagem nacional pode impactar alianças locais. O desempenho do governo federal será determinante. Em resumo, a eleição na Bahia será decidida na costura entre os partidos da base e na capacidade de reorganização de ACM Neto após a derrota em 2022.