Governo desconfia de Hugo Motta após derrota do IOF e vê tutela de Lira, Ciro e Cunha

A derrota do governo Lula na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (16) acendeu alerta sobre a atuação do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Com 346 votos favoráveis, a aprovação da urgência para sustar o aumento do IOF expôs rachaduras na base aliada, mesmo com apoio de partidos que comandam 12 ministérios.

No Planalto, crescem as desconfianças sobre o real alinhamento de Motta. Interlocutores apontam que ele estaria sob forte influência de Arthur Lira, Ciro Nogueira e Eduardo Cunha. O trio é visto como fiador de uma articulação paralela que mina o protagonismo do governo na Câmara e reconfigura o jogo político rumo às eleições de 2026.

Fontes do governo relataram que Motta havia inicialmente elogiado o pacote econômico de Fernando Haddad, classificando-o como “histórico”. No entanto, ele recuou dias depois, criticando os termos do decreto e se ausentando da articulação para manter o aumento do IOF, o que abriu espaço para a derrota.

O movimento foi interpretado como sinal de que Motta pode não garantir a neutralidade esperada do cargo, e sim operar em sintonia com interesses da oposição. Aliados de Lula consideram que Motta ainda tenta se equilibrar entre o discurso do diálogo e a prática da submissão a caciques tradicionais do centrão.

A leitura no Planalto é de que a Câmara está sob novo eixo de poder informal, com Lira ainda puxando os cordões, mesmo sem a cadeira principal. Ciro Nogueira, com foco em 2026, também é apontado como peça central nessa engrenagem, ao lado de Cunha, que mesmo sem mandato segue influente nos bastidores.

A tensão entre Executivo e Legislativo tende a crescer com a aproximação do calendário eleitoral, exigindo nova estratégia do governo para recompor apoio. A percepção é de que, sem controle da pauta, Lula enfrentará dificuldades para aprovar medidas fiscais, ampliar investimentos e manter a estabilidade da coalizão.

O governo ainda aposta em diálogo, mas já considera adotar posturas mais duras para reagir a movimentações que ameacem sua governabilidade. O clima na Câmara indica que o segundo semestre será de embates acirrados e disputas internas com reflexos diretos no tabuleiro de 2026.

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