
O Banco Central elevou a taxa Selic para 15% ao ano, a maior desde 2006, aprofundando ainda mais a crise de confiança no governo Lula e revelando o esgotamento da política econômica petista. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada nesta quarta-feira (18), veio acompanhada de um sinal claro: a alta de juros pode parar em julho, mas o estrago já está feito na economia real.
Enquanto o presidente Lula promete crescimento e justiça social, os juros altos asfixiam o crédito, encarecem a vida da população e desestimulam investimentos. Famílias de baixa renda sofrem com o custo de vida e o desemprego oculto. Empresários seguram contratações. O país para, enquanto Brasília insiste em discursos vazios. Grande parte do comitê já é composta por nomes indicados por Lula. Ou seja, o governo não pode mais culpar o passado: é o próprio PT quem controla a engrenagem agora.
Horas antes da decisão, o mercado já mostrava desconfiança. Dos 32 analistas consultados pela Bloomberg, apenas 12 acreditavam na elevação da Selic, enquanto o restante apostava em manutenção.
Inflação longe da meta, descontrole fiscal, conflitos políticos e um cenário internacional instável, tudo isso pressiona o BC, que, mesmo com Lula no poder, atua como freio da própria política populista. Justiça seja feita: o Copom tenta conter uma economia desgovernada, num ambiente onde o governo promete gastos, mas não entrega credibilidade fiscal.
Quilos de pressão recaem sobre os ombros da população, com juros que encarecem financiamentos, travam compras, elevam dívidas e aumentam a inadimplência geral. Lula, que chegou ao terceiro mandato com a promessa de cuidar “dos que mais precisam”, hoje entrega uma economia em frangalhos e um governo já desgastado no meio do jogo.
Mais grave: a política de juros altos penaliza os pequenos empreendedores e os trabalhadores informais, enquanto ricos e bancos seguem blindados. Na prática, é o pobre que perde acesso ao crédito, o comerciante que fecha as portas e o jovem que não consegue o primeiro emprego. O boletim Focus prevê o IPCA encostando no teto da meta até 2026, justamente o ano da eleição presidencial, quando Lula pode tentar reeleição ou indicar sucessor.
Piora no bolso significa piora nas urnas. O sentimento de insatisfação já se espalha até entre antigos apoiadores do presidente, que veem promessas frustradas e economia estagnada. Quase dois anos depois do “Lula” voltar ao Planalto, o que se vê é um país travado, com crédito escasso, inflação teimosa e uma população cansada. Resgatar a confiança exigirá mais do que retórica ou confronto com o mercado. O governo precisa apresentar resultados, ou pagará um alto preço em 2026.
Segundo o próprio Copom, não há garantia de alívio no curto prazo. A permanência da Selic em patamar elevado dependerá do que o governo fizer, ou deixar de fazer com as contas públicas. Todos, do mais pobre ao mais rico, estão sentindo os reflexos de uma economia emperrada. E a cada ponto percentual da Selic, a conta chega mais cara. Último alerta: se o governo não ajustar o rumo, o preço cobrado não será apenas econômico, mas também nas urnas.