Ator lendário e símbolo de uma era da teledramaturgia, Francisco Cuoco faleceu nesta quarta-feira (19), aos 91 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por familiares do artista, que estava em casa e morreu por causas naturais, segundo boletim médico divulgado. Brilhou intensamente nas décadas de 1970 e 1980, tornando-se um dos rostos mais conhecidos da televisão brasileira. Com carisma, talento e elegância, Cuoco protagonizou algumas das novelas mais marcantes da história da TV Globo.
Começou a carreira no teatro no início dos anos 1960, antes de migrar para a televisão. Sua estreia na Globo ocorreu em 1966, na novela Redenção, exibida pela TV Excelsior, mas o sucesso nacional veio logo depois. Destaque absoluto em produções como Selva de Pedra (1972), O Astro (1977) e Pecado Capital (1975), Cuoco conquistou o público com personagens complexos e sedutores. Foi nesse período que se consolidou como um verdadeiro galã.
Estendeu sua carreira por mais de seis décadas, sempre mantendo a dignidade, o profissionalismo e o charme que o tornaram ícone. Atuou em mais de 40 novelas, além de filmes, séries e participações especiais. Fez de suas atuações uma verdadeira escola para gerações seguintes de atores. Reconhecido por seu compromisso com a arte, Cuoco foi admirado por colegas de profissão e pelo público fiel que o acompanhou por décadas.
Ganhou diversos prêmios ao longo da vida, incluindo troféus como o APCA e o Prêmio Contigo!, além de homenagens por sua contribuição à cultura brasileira. Seu legado é inquestionável. Homem reservado na vida pessoal, Cuoco teve dois filhos e foi casado por mais de 30 anos com a produtora e diretora Cláudia Cuoco. Nas entrevistas, sempre demonstrava amor pela profissão e gratidão ao público.
Influenciou diretamente o estilo de atuação na teledramaturgia nacional, com sua dicção impecável, postura teatral e emoção medida. Mesmo em papéis menores nos últimos anos, sua presença era marcante. Jamais deixou de trabalhar com entusiasmo: participou de novelas recentes como Sol Nascente (2016) e Êta Mundo Bom! (2016), provando sua versatilidade. Atuou até os 80 anos com energia e brilho únicos.
Conhecido por sua elegância, Cuoco também marcou época pelo estilo e pelo visual refinado. Nos bastidores, era descrito como gentil, educado e profundamente dedicado aos colegas e aos roteiros. Legítimo representante de uma geração de ouro da televisão brasileira, Francisco Cuoco deixa um espaço impossível de ser preenchido. Sua morte encerra um capítulo importante da história da TV nacional.
Mais que um galã, ele foi um intérprete sofisticado, que deu vida a personagens memoráveis e ajudou a construir a identidade da dramaturgia nacional. Uma trajetória que ficará eternizada na memória cultural do país. Nunca buscou escândalos ou polêmicas, preferindo que sua arte falasse por si. Por isso, conquistou não só fama, mas respeito e admiração duradouros.
O corpo do ator será velado nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro, em cerimônia aberta ao público. A família agradeceu pelas homenagens e pediu respeito neste momento de dor. Permanecerá para sempre como referência de excelência artística, elegância e dedicação à profissão de ator. Francisco Cuoco é e sempre será sinônimo de talento e paixão pela arte.