Jerônimo adota tom conciliador e tenta evitar racha com PSD às vésperas da corrida eleitoral de 2026

Apesar da pressão interna no PT por uma “chapa pura” ao Senado em 2026, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) adotou discurso moderado ao comentar a situação do senador Angelo Coronel (PSD). Em entrevista concedida nesta quarta-feira (18), o governador chamou Coronel de “nosso senador” e destacou o papel do parlamentar na articulação do orçamento federal, sinalizando que ainda há espaço para negociação dentro da base aliada.

Bastidores indicam que o clima eleitoral esquentou antes do previsto, com o PSD demonstrando desconforto diante da exclusão da majoritária. Coronel, que não esconde sua insatisfação, afirmou que não descarta migrar para o grupo de ACM Neto (União Brasil) ou até lançar candidatura independente. Ele voltou a criticar o PT por querer controlar três das quatro vagas principais na chapa estadual.

Ciente do potencial desgaste, Jerônimo tenta conter a sangria e manter a coesão da base governista. O governador assegurou que o diálogo está aberto, principalmente por meio dos filhos de Coronel, os deputados Diego Coronel e Angelo Coronel Filho, reforçou que o grupo político deve preservar sua unidade rumo às eleições de 2026.

Diferentemente de embates anteriores com Coronel, Jerônimo preferiu o discurso diplomático ao declarar que o projeto político é maior que qualquer nome individual. “O grupo está unido… vamos ter a paciência”, afirmou, tentando desarmar a tensão e evitar uma debandada que possa comprometer o palanque do presidente Lula na Bahia.

Eventuais rupturas, no entanto, colocam em xeque o equilíbrio político na montagem da chapa estadual. A direção nacional do PSD já dá sinais de afastamento do governo federal, como na votação unânime pela derrubada do decreto que aumentava o IOF. Internamente, cresce o risco de que o PSD baiano siga o mesmo caminho, o que pode isolar o PT no xadrez político estadual.

Filiados do PSD afirmam que há uma pressão crescente para que o partido lance candidatura própria ao Senado ou até mesmo ao governo estadual, dependendo da conjuntura. A articulação do presidente nacional Gilberto Kassab para fortalecer o campo da oposição reforça essa possibilidade e pode enfraquecer a hegemonia petista no estado.

Ganhando tempo, Jerônimo aposta na diplomacia e nos festejos juninos para costurar apoios e evitar um racha que enfraqueça a base em 2026. Ao lado do senador Otto Alencar (PSD), ele pretende aproveitar o São João para realinhar os interesses do grupo e reforçar a aliança com os pessedistas mais próximos do Planalto.

Há, porém, um temor crescente de que os arranjos em Brasília acabem afetando diretamente as articulações locais. Uma candidatura de Coronel fora da base ou alinhada a ACM Neto pode fragmentar os votos no interior e criar um cenário mais competitivo, deixando o PT vulnerável diante da oposição.

Mesmo evitando declarações duras, Jerônimo sabe que terá que ceder em algum ponto para manter o PSD no jogo. Caso contrário, corre o risco de enfrentar 2026 com um palanque dividido e um senador ressentido fora do barco, o que pode custar caro na disputa pelo Senado e influenciar a performance da chapa proporcional.

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