
A esquerda, que sempre tratou as igrejas evangélicas como inimigas ideológicas, agora tenta “converter” esse público em votos. A missão foi dada à ministra Gleisi Hoffmann para tentar reverter a rejeição de mais de 60% que Lula enfrenta entre os evangélicos, segundo o Datafolha.
Buscando uma “redenção eleitoral”, o governo iniciou encontros com pastores ditos progressistas. O gesto soa menos como respeito à fé e mais como cálculo político. Curiosamente, o mesmo governo que já defendeu abertamente pautas como legalização das drogas, liberação do aborto e taxação das igrejas agora quer aparecer como defensor da família e da fé cristã.
Uma conversão relâmpago que só acontece em ano pré-eleitoral. Dentro dessa tentativa de aproximação estão nomes como Jorge Messias (AGU), Margareth Menezes e Wellington Dias, escalados para “vender” a imagem de um governo simpático à fé, mesmo que suas ações mostrem o contrário.
Especialistas alertam que não basta teatro político. O eleitor evangélico quer coerência entre discurso e prática, e não será fácil apagar anos de hostilidade ideológica, deboches públicos e tentativas de silenciar líderes religiosos.
Detalhe importante. O governo quer diálogo, sim, mas só com quem não for bolsonarista. Ou seja, se você for um evangélico conservador, o Planalto não tem interesse na sua opinião. É um diálogo seletivo, com filtro ideológico. Para muitos líderes cristãos, essa aproximação soa como pura conveniência.
Afinal, um governo que tenta minar os valores defendidos pelas igrejas agora aparece com discurso moderado, tentando posar de amigo da fé. Enquanto isso, o bolsonarismo continua firme na base evangélica, com nomes como Tarcísio de Freitas sendo ovacionados em eventos como a Marcha para Jesus. Diferente do PT, a direita tem um histórico de alinhamento com a pauta conservadora.
A pergunta que fica é: será que os evangélicos vão cair nessa narrativa construída às pressas ou o governo está apenas “pregando no deserto”, tentando cooptar votos de um grupo que nunca se enganou com suas intenções?