
Lamarque de Jesus, 34, morreu baleado ao tentar fugir de um tiroteio entre facções no bairro Brisas 1, em Brumado, na madrugada de domingo (22). Durante o sepultamento, nesta segunda (23), familiares e amigos protestaram no Cemitério Jardim Santa Inês e exigiram a prisão dos responsáveis.
Testemunhas afirmam que criminosos perseguiam rivais escondidos em uma casa vizinha, quando o tiroteio começou na Quadra 15 do residencial. Assustado, Lamarque tentou sair de moto. Foi atingido pelas costas com tiros de calibre 12 e morreu na hora, segundo relato da Polícia Militar.
Conforme o tio da vítima, o suspeito pulou no quintal e tentou arrombar a porta. No desespero, Lamarque fugiu, mas foi morto por engano. Depois do crime, traficantes vasculharam a casa e descobriram que haviam matado a pessoa errada. O jovem era evangélico e sem envolvimento com o crime. A PM informou que intensificou o policiamento na região e pediu que denúncias sejam feitas pelos telefones 190 ou 181, com sigilo garantido.
No fim de semana, outros quatro homens baleados deram entrada no hospital. A polícia investiga se os casos estão ligados. Revoltados, parentes cobraram providências. “Quantas vidas vão precisar ser ceifadas para que os órgãos de segurança façam algo?”, questionou um tio.
Cresce o temor entre os moradores diante do avanço do crime organizado no interior. A sensação é de abandono por parte do poder público. Especialistas apontam falhas graves na segurança da Bahia, onde facções criminosas disputam territórios à luz do dia, até em cidades pequenas.
Com números crescentes de mortes violentas, a Bahia lidera o ranking nacional de homicídios e sofre com a ausência de ações duradouras. A morte de Lamarque escancara um problema crônico: cidades inteiras reféns do tráfico, sem presença efetiva do Estado para protegê-las. Moradores de Brumado exigem justiça, mas também querem segurança de verdade. Para eles, não basta prender: é preciso retomar o controle da cidade.