
A bancada do PDT na Câmara votou em peso contra o governo Lula na proposta que derrubou o aumento do IOF, ignorando a orientação do Planalto. Foram 14 votos pedetistas contra o decreto e apenas uma ausência. Nenhum parlamentar apoiou a medida do governo que elevaria a carga tributária. Carlos Lupi, presidente do PDT, admitiu que o gesto foi um recado claro ao governo, motivado por insatisfação com a falta de espaço e emendas.
Mesmo fora do Ministério da Previdência após as denúncias, Lupi afirmou que, pessoalmente, votaria com Lula, mas não condenou a atitude da bancada. A insatisfação cresceu nos bastidores com promessas não cumpridas e pouca valorização dos pedetistas na estrutura federal atual. Longe de chamar de rompimento, Lupi preferiu o termo “independência”. Mas o gesto expôs publicamente o desgaste entre PDT e governo.
Deputados agiram em bloco, ignorando qualquer sinal de fidelidade automática, mesmo com o partido ocupando cargos em Brasília. Aliados próximos ao presidente já avaliam com cautela o PDT para 2026, principalmente se o partido seguir descolado das pautas petistas. No Congresso, cresce a percepção de que o PDT pode buscar uma candidatura alternativa ou negociar mais autonomia na próxima eleição. A derrubada do decreto do IOF pode ter sido só o começo de uma série de derrotas que enfraquecem a base de Lula e indicam rachas na esquerda.