Censo 2022 mostra que 15,8% das mulheres na Bahia chegam ao fim da idade fértil sem filhos. Em 2010, esse percentual era de 10,9%. Em números absolutos, são 135 mil mulheres baianas entre 50 e 59 anos que não tiveram filhos. Em 2010, eram pouco mais de 68 mil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o fenômeno está ligado ao aumento da escolaridade, que impacta diretamente na decisão e no tempo para ter filhos.
Enquanto adiam a maternidade, as mulheres também têm menos filhos. A taxa de fecundidade na Bahia caiu para 1,55 em 2022, abaixo da reposição. Com 1,55 filho por mulher, o estado tem a 10ª menor taxa do país. Em 2000, a média era 2,4 filhos. Em 2010, a taxa era de 1,7. Entre os estados, Rio de Janeiro, DF e São Paulo lideram as menores taxas. Roraima e Amazonas são os únicos acima ou próximos da reposição.
Apesar da queda, o número médio de filhos entre mulheres com menos estudo segue maior. Com ensino fundamental incompleto, a média era 1,97. Já as mulheres com ensino superior completo tinham apenas 1,13 filhos, 60% a menos do que as menos instruídas, um padrão nacional. Outro dado revela que as mais escolarizadas também demoram mais a ser mães. Na Bahia, a média entre elas foi de 30,7 anos ao ter o 1º filho.
No grupo com menos estudo, a média foi de 26,8 anos. Mesmo entre essas, houve avanço desde 2010, quando a média era 25,6 anos. Além da Bahia, a proporção de mulheres sem filhos aumentou em todos os estados. No Brasil, subiu de 11,8% (2010) para 16,1% (2022). Com 15,8%, a Bahia tem o 7º maior percentual do país. Rio de Janeiro (21%) lidera, seguido por São Paulo (17,9%) e Ceará (17,5%).
Especialistas apontam que o fator educacional é o mais determinante para queda na fecundidade e adiamento da maternidade no país. A tendência nacional mostra uma mudança no perfil reprodutivo da mulher brasileira, mais centrada na carreira, estudo e autonomia.