
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, colocou o cargo à disposição do presidente Lula (PT) e deve deixar a estatal nas próximas semanas. A decisão ocorre em meio à pressão da Casa Civil, comandada por Rui Costa, para que a empresa implemente um plano de corte de gastos com fechamento de agências.
Segundo Fabiano, o plano exigido prevê economia de R$ 1 bilhão e inclui o encerramento de unidades, o que pode resultar na demissão de até 10 mil funcionários. Além disso, o Plano de Demissão Voluntária (PDV) já em andamento deve desligar cerca de 4 mil empregados, somando R$ 800 milhões em cortes.
Mesmo diante do prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado no ano passado, Fabiano é contra a demissão em massa, especialmente enquanto novas agências são abertas. O atual presidente tem priorizado a inclusão social, com a criação de unidades em mais de 50 comunidades pobres apenas no Rio de Janeiro.
Rui Costa nega que tenha pedido demissão em massa. Por meio da assessoria, afirma que defende a “racionalização dos gastos” na estatal. Apesar da crise, os Correios conseguiram um empréstimo com o Banco do Brics e planejam investir R$ 5 bilhões nos próximos anos em modernização.
A estatal, mesmo deficitária, continua sendo alvo de interesse político, especialmente de partidos como o União Brasil, que almejam espaço na estrutura. Nos bastidores, a possível saída de Fabiano é vista como resultado direto da disputa entre projeto social e política de ajuste fiscal dentro do governo.