
A 15 meses das eleições, a base governista na Bahia vive indefinição sobre quem disputará os cargos majoritários em 2026. O plano inicial, de lançar três nomes do PT ao governo e ao Senado, perdeu força nos bastidores. Lideranças petistas já admitem que o cenário atual não comporta esse domínio exclusivo do partido. A exclusão do PSD da chapa passou a ser vista como um erro estratégico grave.
Aliados próximos de Jerônimo Rodrigues (PT) reconhecem que o governador já não é mais visto como nome natural para a reeleição. A falta de segurança sobre sua viabilidade eleitoral cresce internamente. Dentro do próprio grupo político, o nome de Rui Costa (Casa Civil) voltou ao centro das discussões. Ele pode tanto substituir Jerônimo quanto disputar uma vaga na Câmara dos Deputados para fortalecer a bancada federal do PT.
Também não há certeza sobre a reeleição de Jaques Wagner ao Senado. A hipótese de que ele coordene a campanha de Lula em 2026 e ceda a vaga a Rui Costa voltou a circular com força. Enquanto isso, o PSD começou a reagir. Após meses de silêncio, o partido deixou claro que não abrirá mão da presença do senador Angelo Coronel na chapa majoritária do grupo governista.
A postura do PSD ganhou fôlego com a especulação de que Otto Alencar poderá ser o nome nordestino na vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o paulista confirme sua candidatura ao Planalto. Nos bastidores, Otto é considerado um nome viável por dois motivos. Primeiro, pela força do PSD no governo de São Paulo, onde Gilberto Kassab, líder da sigla, ocupa posição-chave e indicou o vice de Tarcísio.
Segundo, porque a saída do PSD da base enfraqueceria o PT na Bahia. Isso poderia levar Otto para o grupo de ACM Neto (União Brasil), principal nome da oposição no estado. Nos cálculos do grupo de Neto, uma aliança com Tarcísio é tratada como certa. O ex-prefeito de Salvador e o entorno do governador paulista articulam o cenário há meses. A possível alavanca federal que faltou a Neto em 2022 pode se materializar agora. O cenário reforça o peso da eleição presidencial no futuro político da Bahia.