Após quase 10 anos de espera, a justiça finalmente foi feita em Vitória da Conquista. Fábio de Jesus Santos foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão. O réu foi julgado na terça-feira (15), no Fórum João Mangabeira, acusado de envolvimento direto na morte da pastora Marcilene Oliveira Sampaio e da sobrinha Ana Cristina. Condenado por duplo homicídio triplamente qualificado, Fábio cumprirá pena em regime fechado. A juíza Ivana Pinto Luz ordenou a custódia imediata.
Antes dele, o mandante dos assassinatos, o ex-pastor Edimar da Silva Brito, já havia sido condenado a 32 anos de prisão por arquitetar o crime brutal. Edimar foi preso no Conjunto Penal de Vitória da Conquista. A Justiça apontou risco de fuga e considerou a extrema gravidade do caso na decisão. Outro envolvido, Adriano Silva dos Santos, foi inicialmente condenado, mas acabou absolvido três anos depois, após recurso judicial.
As investigações revelaram que os crimes foram motivados por uma ruptura na liderança religiosa. Marcilene deixou a igreja de Edimar e criou novo ministério. Com o apoio de fiéis, a pastora atraiu a maioria dos seguidores, o que teria provocado a ira do ex-pastor e gerado o plano de vingança. Na noite do crime, Marcilene, Ana Cristina e Carlos Eduardo, marido da pastora, seguiam para casa quando o carro quebrou na estrada entre Conquista e Barra do Choça.
Durante a parada, Carlos foi surpreendido por três homens. Ele conseguiu fugir, mas a esposa e a sobrinha foram levadas a um matagal e executadas a tiros. A polícia apontou que o grupo pretendia matar toda a família. O trio vinha monitorando os passos da pastora desde a saída do culto naquela noite. Anos depois, Edimar voltou ao noticiário ao ser preso em flagrante por abuso sexual contra a enteada, em Itapetinga. Tentou fugir, mas foi localizado e capturado. Com a nova condenação de Fábio, os familiares das vítimas veem um passo decisivo na reparação pela barbárie que chocou o estado e o país.