
Detido com armamento ilegal no extremo sul da Bahia, o cacique Wellington Ribeiro de Oliveira, o Cacique Suruí, agora está no centro de novas suspeitas federais. A caminhonete de luxo que ele dirigia, uma Toyota Hilux, foi apontada como de uso da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (CONAFER, entidade investigada por fraudes bilionárias na Previdência.
Segundo a Força Nacional, Suruí foi abordado no último dia 2 de julho. No veículo, estavam dois adolescentes e um adulto, todos cientes da presença de armas. O grupo carregava pistolas com numeração raspada, carregadores alongados e munição de vários calibres.
Além da posse ilegal de armamento, a ligação do cacique com a CONAFER acendeu um alerta. A entidade é alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga descontos indevidos em benefícios do INSS, muitos deles voltados a aposentados indígenas.
De acordo com fontes ouvidas pelo Informe Baiano, a caminhonete está registrada em nome de uma empresa privada, mas, segundo o cacique, foi alugada pela CONAFER. A versão é tratada com cautela pelas autoridades. Em sua defesa, Suruí alegou que teria recebido o armamento de familiares para entregá-lo às autoridades. No entanto, a justificativa é vista com desconfiança pelos investigadores.
Com a apreensão do veículo e do arsenal, o caso passou a ser acompanhado por órgãos federais. As suspeitas vão além da posse de armas e tocam possíveis vínculos com fraudes previdenciárias de grandes proporções.
Agora, a Força Nacional e a PF analisam se há conexões diretas entre Suruí e a estrutura investigada da CONAFER. A estimativa de prejuízo ao INSS ultrapassa R$ 6,3 bilhões. Investigadores afirmam que novos desdobramentos devem surgir nos próximos dias. O caso envolve não só armamento ilegal, mas possíveis ramificações de um dos maiores esquemas de fraudes previdenciárias do país.