O preço da retórica: o Brasil perde, o agro sangra

O tarifaço imposto por Donald Trump de 50% sobre produtos brasileiros é devastador. Mas mais grave do que isso é o silêncio constrangido do governo Lula diante do fracasso diplomático que ele mesmo construiu. Não se trata de protecionismo comercial comum. É resposta. Uma reação política aos ataques verbais, simbólicos e ideológicos proferidos ao longo de dois anos por autoridades brasileiras à maior potência mundial.

Durante encontros do BRICS, Lula defendeu abertamente a criação de uma moeda paralela ao dólar, questionou o papel dos EUA na geopolítica global e posou ao lado de autocratas que são inimigos declarados de Washington. Ignorar que isso teria consequências é ingenuidade ou arrogância.

Enquanto o agro acumula perdas, com mais de 2.500 contêineres parados, o Planalto tenta abafar o escândalo culpando a oposição, o “imperialismo” ou até Bolsonaro. Mas não cola. Trump usou o nome do ex-presidente como peça retórica, para gerar confusão. Uma tática descrita por Sun Tzu em A Arte da Guerra: confunda o inimigo, distraia a opinião pública e avance seus interesses sem resistência.

Foi exatamente isso que aconteceu. Enquanto o Brasil debate se Trump está defendendo Bolsonaro, o que está em jogo é a economia real. Empregos, produção e exportação. 

E o Itamaraty? Mudo. Sem ação, sem articulação, sem força. O governo Lula apostou em picuinhas ideológicas ao invés de preservar os laços comerciais com o Ocidente. Agora, o setor produtivo paga a conta e paga caro. A postura diplomática do governo brasileiro, marcada por arrogância e discursos de palanque, transformou um parceiro comercial estratégico em um adversário.

O uso político da Corte Suprema para perseguir vozes conservadoras e a criminalização da oposição só agravam o cenário. Não é só Bolsonaro. Qualquer pensamento que destoe da cartilha progressista é empurrado para a marginalidade institucional. Estamos diante de uma crise criada por escolhas políticas erradas e não há como terceirizar essa responsabilidade.

O Brasil precisa de estadistas, não de líderes ressentidos. O momento exige diplomacia, pragmatismo e humildade. Mas o Planalto continua apostando no confronto. A pergunta que fica é simples. O governo está disposto a recuar antes que o estrago se torne irreversível? Ou o povo terá que pagar com desemprego e inflação pelo preço da ideologia?

Sobre mim

Somos um portal de notícias dedicado a informar com precisão e imparcialidade. Nosso compromisso é trazer as últimas atualizações e análises aprofundadas sobre os temas que mais importam para você. Acompanhe-nos para se manter sempre bem informado!

© 2011 – 2025. Created by Rafael Áquila