O governador Jerônimo Rodrigues (PT) reforçou que as conversas sobre a chapa ao Senado estão em curso, mas as decisões só virão em 2026. A declaração, dada nesta terça-feira (23) à Rádio Sociedade, ocorre em meio ao desgaste interno provocado por falas recentes do senador Jaques Wagner.
Aliado histórico, Wagner vem defendendo uma chapa puro-sangue com ele e o ministro Rui Costa (PT), o que incomoda aliados do PSD. Jerônimo tenta acalmar os ânimos e afirma que seu papel é garantir a unidade do grupo: “Estamos trabalhando para manter o grupo unido”, disse.
Segundo ele, a tensão é normal em grupos fortes e a prioridade, neste momento, é manter a base coesa e em movimento pela Bahia. Enquanto isso, o PSD, maior sigla da aliança estadual, resiste à ideia de abrir mão da vaga ao Senado em favor de um petista.
O senador Otto Alencar, cacique da sigla, voltou a defender o nome de Angelo Coronel para a reeleição e criticou decisões antecipadas. Em tom claro, Otto alertou: “Na política, decisão se toma na hora certa. E a hora é março de 2026. Nem antes, nem depois.”
Nos bastidores, cresce a percepção de que o “jogo” político pode surpreender e que a força do PT não garante hegemonia automática. Cresce também a avaliação de que nomes como Coronel ganharão peso até 2026, caso a pressão da base continue a se intensificar.
Apesar do discurso de harmonia, lideranças do centrão baiano já se movimentam com cautela, de olho nas brechas deixadas pelo PT. Mesmo com Lula em alta no estado, aliados reconhecem que 2026 será mais desafiador, e o apoio irrestrito do PSD não está assegurado.
Com a maratona de agendas no interior, Jerônimo aposta na popularidade e na entrega de obras como trunfo para sustentar o grupo. Ainda assim, até março de 2026, o cenário pode mudar e o jogo, hoje em aberto, pode não sair como os petistas imaginam.