5 das 10 cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia; disputa de facções expõe falhas da segurança pública

Cinco das dez cidades mais violentas do país estão na Bahia, segundo o novo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quarta-feira (24). Os dados apontam que Jequié, Juazeiro, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana registram as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes em 2024.

Mesmo com oscilações nos números, as cidades baianas seguem como epicentros da violência. Facções criminosas disputam território em áreas cada vez mais interiorizadas. Embora os governos estaduais petistas estejam no poder há quase 20 anos, os índices de homicídios permanecem elevados e as ações efetivas de contenção parecem falhar.

Jequié, por exemplo, teve 131 mortes violentas intencionais entre 2023 e 2024. Juazeiro apresentou alta de 9,6% nas mortes violentas. Com 194 vítimas, a cidade é dominada por grupos como o Bonde dos Malucos (BDM) e sua dissidência, a “Honda”.

Camaçari, que havia sido a segunda mais violenta em 2023, teve 239 mortes violentas em 2024. A queda de 12,1% não impediu a manutenção de uma taxa alarmante. Simões Filho permanece entre as líderes em homicídios no país. O município é palco de disputas entre o BDM e o Comando Vermelho, que aterrorizam moradores.

Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, registrou 65,2 mortes por 100 mil habitantes. Apesar da leve queda, o número continua preocupante. Operações recentes apontam a conexão de facções baianas com organizações como o PCC, evidenciando o alcance nacional do crime organizado no estado.

Especialistas ouvidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que a “interiorização da violência” e a presença do narcotráfico em cidades médias refletem a ausência do Estado. Moradores dessas regiões convivem com tiroteios, execuções, medo e silêncios. A segurança pública, historicamente negligenciada, acumula críticas.

Gestores estaduais têm priorizado discursos políticos e disputas ideológicas. Enquanto isso, a criminalidade avança sobre bairros, escolas e famílias. A Bahia lidera, desde 2022, o ranking nacional de mortes violentas. E o novo relatório do FBSP só reforça o cenário de colapso da segurança pública local.

Apesar de promessas eleitorais, os investimentos estruturais em policiamento, inteligência e prevenção social são insuficientes ou mal executados. O crescimento de facções, muitas vezes com armas pesadas e domínio de comunidades, desafia uma polícia mal equipada, mal paga e sobrecarregada.

Enquanto a violência explode nas ruas, o governo estadual evita responsabilizações diretas e insiste em terceirizar a culpa por resultados trágicos. Com quase duas décadas de gestão do PT, a Bahia coleciona estatísticas de guerra e deixa para trás milhares de vítimas da violência sem respostas. A lista de 2024 não é um fato isolado. É reflexo direto da incapacidade de transformar o sistema de segurança em algo minimamente eficaz e protetivo.

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