
A ex-prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres, foi declarada inelegível por oito anos após a Câmara Municipal rejeitar as contas de sua gestão, em votação realizada na Câmara. Com 13 votos contrários, três favoráveis e uma abstenção, os vereadores derrubaram o parecer técnico do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), que recomendava a aprovação das contas.
Durante a sessão, parlamentares usaram a tribuna para justificar suas posições. A maioria apontou falhas graves e ausência de medidas corretivas por parte da ex-gestora. Entre os principais motivos citados estão irregularidades no uso de recursos públicos, descumprimento de metas fiscais e falta de transparência nos processos administrativos.
Apesar da votação ter ocorrido de forma secreta, os discursos foram públicos e revelaram um desgaste profundo da ex-prefeita junto ao Legislativo local. A decisão da Câmara enquadra Cordélia Torres na Lei da Ficha Limpa, tornando-a inelegível até 2033 e inviabilizando qualquer candidatura nesse período.
Nos bastidores, aliados reconhecem que o cenário é de desgaste irreversível. A rejeição das contas é vista como o ápice de uma crise que se arrastava desde o fim do seu mandato. Durante sua gestão, Cordélia adotou discurso de renovação e combate à velha política. No entanto, a prática administrativa teria frustrado parte da base que a elegeu.
Com a decisão, a ex-prefeita deve enfrentar dificuldades para manter capital político, mesmo fora do poder. O afastamento de antigos aliados evidencia esse isolamento. Agora, qualquer pretensão de retorno ao cenário eleitoral dependerá de reviravolta jurídica ou mudança no campo político local, o que, segundo analistas, parece improvável.
A votação da Câmara representa um marco definitivo para o fim de um ciclo. Cordélia, que chegou ao cargo com força popular, sai da cena marcada por rejeição e perda de apoio. A ex-gestora ainda pode recorrer à Justiça para tentar reverter os efeitos da inelegibilidade, mas especialistas consideram remota a chance de sucesso. Com isso, o futuro político de Cordélia Torres fica suspenso, em meio ao julgamento da opinião pública e ao avanço de novas lideranças no município.