Mortes no trânsito crescem na Bahia e pressionam o SUS, que gastou R$ 23,8 milhões em 2024

A Bahia enfrenta uma epidemia silenciosa nas estradas. O trânsito está matando mais e sufocando os hospitais públicos. De 2020 a 2024, o número de mortes viárias saltou de 2.319 para 2.887. Isso representa um crescimento de 24,5%, segundo a Sesab. Somente no último ano, quatro pessoas morreram por hora em acidentes nas rodovias baianas. A conta chega, mas não é só de dor — é também financeira.

O Sistema Único de Saúde (SUS) já gastou mais de R$ 23,8 milhões, em 2024, apenas para atender vítimas desses acidentes no estado. As motocicletas lideram as tragédias. Elas respondem por 75% das internações por acidentes de trânsito nos hospitais da rede estadual. A superlotação se agrava. Estimativas indicam que 6 em cada 10 leitos de UTI geral estão ocupados por acidentados nas vias públicas.

A tragédia não está apenas no asfalto, mas no desequilíbrio que ela provoca em toda a rede de saúde e na vida de milhares de famílias. Para o filósofo Paul Virilio, toda nova tecnologia cria seu próprio desastre. Com mais motos nas ruas, mais choques se tornam inevitáveis. O que era liberdade sobre duas rodas virou um pesadelo coletivo. A motocicleta barata tornou-se armadilha em alta velocidade.

Esse cenário exige mais que sinalização e fiscalização. Pede educação de trânsito como política de Estado e consciência como ato moral. O governo estadual investe em campanhas e ações integradas, mas os números mostram que as medidas ainda não têm sido suficientes. A estrada virou campo de batalha. E o hospital, trincheira lotada.

Sobre mim

Somos um portal de notícias dedicado a informar com precisão e imparcialidade. Nosso compromisso é trazer as últimas atualizações e análises aprofundadas sobre os temas que mais importam para você. Acompanhe-nos para se manter sempre bem informado!

© 2011 – 2025. Created by Rafael Áquila