
Criança teve crise emocional no primeiro dia de aula e acabou sendo agredida pela própria mãe. Menino está sob os cuidados da avó. Um caso grave de violência contra uma criança foi registrado na manhã desta terça-feira (29), dentro da Escola Municipal Airton Viana, em Brumado.
A unidade escolar, localizada no Bairro Baraúnas, foi palco de um episódio que mobilizou educadores, conselheiros tutelares e autoridades da Justiça. De acordo com relatos, uma mãe agrediu o próprio filho, de apenas 6 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dentro da escola.
A coordenadora do Ensino Fundamental II, Ana Lúcia Gama, informou que era o primeiro dia de aula da criança, que sofreu uma crise de desregulação emocional. “Ela desregulou e a mãe foi chamada para acalmá-la. Só que, ao invés disso, a mãe acabou batendo e machucando a criança”, contou Gama, consternada. Diante da situação, a equipe escolar acionou imediatamente a rede de apoio do município para proteger o menor e garantir o atendimento adequado.
O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar, ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e a psicólogos da rede municipal. A promotora de Justiça Daniela Almeida foi acionada e determinou, de forma provisória, a retirada da guarda da mãe, visando a segurança da criança.
Atualmente, o menino está sob os cuidados da avó materna, que o acolheu com carinho e se comprometeu a oferecer um ambiente seguro e estável. Segundo Ana Lúcia, a medida foi necessária para preservar a integridade física e emocional da criança, que já vinha sendo vítima de agressões frequentes.
“A mãe não tinha condições psicológicas de estar com a criança naquele momento. A violência vinha se repetindo”, reforçou a coordenadora da escola. Após o episódio, a criança passou por um exame de corpo de delito para a comprovação das agressões sofridas no ambiente escolar. A polícia e o Ministério Público acompanham o caso, que segue sob investigação. A guarda permanece suspensa até nova avaliação judicial.
A escola afirmou que seguirá prestando todo o apoio necessário à criança e à família, inclusive com suporte psicológico e acompanhamento contínuo. Casos como esse evidenciam a importância de preparar as escolas e comunidades para lidar com crianças neurodivergentes com empatia, acolhimento e suporte. A população também é orientada a denunciar situações de maus-tratos pelo Disque 100 ou diretamente ao Conselho Tutelar mais próximo.