A Barragem Luiz Vieira, em Rio de Contas, entrou em nível crítico e já preocupa moradores e produtores rurais do sudoeste baiano. Dados divulgados pela Associação do Distrito de Irrigação do Brumado (ADIB) e pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) mostram que o reservatório opera nesta quarta-feira (31) com apenas 31,34% da capacidade total. Localizado no leito do Rio Brumado, o açude acumula 31.139.972 m³ de água, de um total projetado de 105 milhões de metros cúbicos.
Inaugurado em 1987, o reservatório é estratégico para o abastecimento humano e agrícola de municípios como Livramento, Rio de Contas e Dom Basílio. Além de fornecer água potável às populações urbanas e rurais, o açude é vital para a irrigação e a dessedentação animal na região. Nos últimos meses, o volume da barragem tem caído de forma contínua. Em junho, o nível já havia atingido 36,63% da capacidade.
Com a aproximação do período seco e aumento do consumo, a tendência de queda acendeu um alerta nas autoridades e nas comunidades. Para preservar o que resta do volume, o Perímetro Irrigado do Brumado terá o cronograma de funcionamento reduzido a partir de setembro. Desde já, os órgãos recomendam o uso racional da água e reforçam campanhas de conscientização junto à população. A ADIB e o DNOCS seguem monitorando a situação e estudam medidas emergenciais para evitar o colapso do sistema de abastecimento.
Moradores e produtores relatam preocupação com a escassez, que afeta plantações, criação de animais e o fornecimento às cidades. Municípios vizinhos, como Dom Basílio, também sentem os reflexos do esvaziamento do açude e alertam para impactos econômicos. Paralelamente, a Prefeitura de Rio de Contas articula ações junto ao governo estadual para ampliar a segurança hídrica regional.
Especialistas alertam que a estiagem no sudoeste baiano tende a se intensificar nos próximos meses, o que exige planejamento e ação imediata. O drama da Barragem Luiz Vieira expõe a urgência de políticas públicas voltadas à sustentabilidade hídrica e à gestão eficiente dos recursos. Enquanto isso, a população segue vigilante e espera que o poder público atue com agilidade para garantir o direito à água.