
A prisão domiciliar de Bolsonaro gerou forte reação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ministros consideram a medida exagerada, sem base jurídica e politicamente arriscada. Integrantes da Corte avaliam que Alexandre de Moraes agiu de forma isolada. A decisão rompeu a coesão interna e acendeu alertas sobre os limites do poder. Mesmo quem não participou do julgamento se manifestou. Para parte dos magistrados, o mandado fragiliza a imagem institucional do STF.
Nos bastidores, cresce a aposta de que Moraes vai rever a ordem. A pressão interna e externa se intensifica a cada novo desdobramento. O ministro justificou a prisão pelo discurso de Bolsonaro. Ele falou por viva-voz aos manifestantes em Copacabana, no último domingo (3). A fala foi breve e simbólica: “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. É pela nossa liberdade. Estamos juntos.”
No entanto, Moraes havia liberado Bolsonaro para falar em eventos. O recuo agora levanta dúvidas sobre coerência jurídica e motivação política. Entre ministros, há o temor de que o STF perca apoio popular. A reação da sociedade à prisão tem sido diferente do esperado por setores da Corte. Até então, o Supremo surfava uma onda de aprovação. O enfrentamento com Trump e a defesa da soberania brasileira unificavam vozes. Empresários, juristas e diplomatas criticavam Trump. As falas de Lula contra a pressão dos EUA contavam com respaldo interno e externo.
Agora, parte da opinião pública vê excesso na decisão. O gesto de Moraes teria desviado o foco da pressão americana para a crise institucional. Alguns ministros relatam que o desgaste respingou no próprio STF. Editorialistas e analistas reagiram com críticas duras à condução do caso. A defesa de Bolsonaro já recorreu. O pedido é para que Moraes reconsidere a prisão domiciliar e restabeleça a liberdade do ex-presidente. As próximas horas devem ser decisivas. Dentro e fora da Corte, o movimento é de reavaliação e busca por equilíbrio institucional.