
O Ministério Público da Bahia denunciou oito pessoas por corrupção e crimes ambientais ligados ao Inema. O caso envolve servidores e intermediários. Maristela Tereza de Castro, ex-secretária parlamentar do deputado estadual Vitor Bonfim (PV), é apontada como articuladora do esquema. Investigações apontam que o grupo acelerava ilegalmente processos de licenciamento ambiental mediante pagamento de propina.
Empreendedores que buscavam licenças rápidas eram captados por Maristela. Ela negociava valores e articulava com servidores para manipular distribuições. A atuação incluía reduzir exigências técnicas e favorecer empresas sem cumprir rigor ambiental, comprometendo a fiscalização e a legislação vigente. Tereza foi exonerada em maio do gabinete do deputado Vitor Bonfim, dois meses antes da denúncia vir a público. Segundo o MP-BA, o esquema funcionou de 2018 a 2024 e beneficiava financeiramente intermediários e servidores do Inema.
As fraudes enfraqueciam o controle ambiental, abrindo espaço para atividades com potencial de dano ecológico sem a devida análise. O caso expõe vulnerabilidades no sistema de licenciamento, apontando falhas de controle e riscos de influência política sobre decisões técnicas. Denunciados podem responder por corrupção ativa e passiva, associação criminosa e crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais.
A Justiça avalia o recebimento da denúncia. Caso aceite, os acusados se tornarão réus e responderão ao processo com possibilidade de prisão e perda de função pública. O MP-BA defende que a responsabilização seja rigorosa, para evitar novos esquemas que fragilizem a proteção ambiental no estado.