
A manhã de segunda-feira (1º) amanheceu diferente nas águas do São Francisco. O silêncio do rio foi rompido pela luta entre homens e um gigante. O barco balançava enquanto o pirarucu de 1,80 metros e 60 quilos resistia à fisgada. Cada puxada parecia um duelo entre força e destino.
Na comunidade de Pau D’arco, quatro pescadores se uniram no desafio. Mariano, Maxuel, Marcos Paulo e Raí sabiam que não era uma captura comum. O peixe, considerado tesouro das águas doces, exigiu coragem. As linhas se esticavam, os braços doíam, mas o grupo não recuou diante da fera.
Quando finalmente emergiu, o pirarucu revelou sua imponência. A escama prateada refletia o sol, arrancando gritos de vitória e emoção dos homens. Não era apenas mais uma pesca. Para eles, cada captura é prova de resistência, orgulho da comunidade e legado do São Francisco.
A façanha não foi isolada. Em abril, outro time de Pau D’arco viveu momento semelhante. Celson, Reinaldo, Romário, Tião e Adélio fisgaram um colosso de 2 metros. O exemplar, de quase 78 quilos, arrastou histórias e olhares curiosos para as margens do rio. A memória segue viva no povoado até hoje.
Para os moradores de Malhada, o São Francisco não é só rio. É companheiro diário, é altar de fé, é guardião de mistérios e fonte de sobrevivência. Cada pirarucu fisgado se torna lenda. É como se o Velho Chico, cansado, mas eterno, presenteasse seus filhos com um fragmento de sua grandeza.