O julgamento de Jair Bolsonaro no STF ganhou contornos de espetáculo político. Para Nikolas Ferreira (PL-MG), a corte já tem lado definido. O deputado comparou a situação do ex-presidente a Pelé julgado por cinco argentinos. A frase provocou reação imediata nos bastidores de Brasília.
No primeiro dia da sessão, a Primeira Turma analisou parte das acusações. Bolsonaro pode ser condenado a até 40 anos de prisão. O ex-presidente, em prisão domiciliar, não esteve presente. Assessores afirmam que ele acompanha em silêncio, enquanto aliados falam em perseguição.
Nikolas criticou diretamente os ministros. Apontou Moraes como parte interessada, Zanin como ex-advogado de Lula e Dino como ex-ministro petista. A acusação contra Bolsonaro é extensa. Inclui tentativa de golpe, associação criminosa armada, dano ao patrimônio público e ataque a bens tombados.
O TSE já havia declarado o ex-presidente inelegível até 2030. A decisão foi tomada após reunião com embaixadores, em 2022, usada para atacar o sistema eleitoral. Segundo Nikolas, o Supremo prepara até a cela. “Estão montando o espaço antes da sentença. Como um julgamento já tem cela pronta?”, ironizou.
Nos bastidores, ministros avaliam cenários para uma possível prisão. Quartéis foram descartados para evitar nova onda de manifestações de apoiadores. A Papuda, em Brasília, e a sede da Polícia Federal surgem como alternativas. Ambas estão sob análise para garantir segurança e controle político.
O STF teme que uma prisão em área militar reacenda o clima de 2022. Os acampamentos golpistas ainda estão frescos na memória da corte. O julgamento de Bolsonaro vai além da esfera jurídica. Para aliados, é um cerco político; para críticos, é a chance de impor responsabilidade histórica.