Professor de Brumado morre de infarto no Tocantins após denúncias de bullying escolar, assédio e falta de apoio no trabalho 

A morte do professor Carlos Eduardo Meira Batista, conhecido como Kadu, de 29 anos, abalou Brumado (BA) e Recursolândia (TO). Ele sofreu um infarto fulminante no último domingo (31), após meses de denúncias sobre pressões psicológicas, falta de apoio e más condições de trabalho.

Natural de Brumado, o jovem lecionava História na Escola Estadual Recurso I, onde estava desde janeiro. Recém-efetivado na Secretaria da Educação do Tocantins (Seduc), Kadu havia protocolado três pedidos de remoção, todos acompanhados de laudos médicos. O último só seria publicado um dia após sua morte.

Amigos e colegas relatam que o professor enfrentava assédio no ambiente escolar, além de episódios de bullying praticados por alunos. Entre os relatos, há casos de agressões simbólicas, como bolinhas de papel com pedras arremessadas contra ele durante as aulas.

A pressão diária afetou diretamente sua saúde mental. Kadu passou a fazer uso de três medicamentos de tarja preta para lidar com estresse e ansiedade. O agravamento do quadro se refletiu em crises constantes, até o infarto que interrompeu sua trajetória.

Sem plano funerário, familiares e amigos iniciaram uma campanha de arrecadação para trazer o corpo até Brumado, onde será sepultado. A meta é de R$ 11.700, valor necessário para custear translado, salão funerário e enterro. As doações estão sendo feitas via Pix para o número (77) 99957-6323, em nome de Natália Santos Franco, mãe do filho de Kadu.

O prefeito de Recursolândia, Vinícius Barbosa, publicou nota de pesar e solidariedade. Ex-alunos e professores também usaram as redes sociais para homenagear o educador, lembrando sua dedicação à História e sua paixão pela sala de aula.

Em nota oficial, a Seduc lamentou a morte do servidor e justificou a negativa inicial do pedido de remoção. Segundo a secretaria, a lei estadual não permite a mudança de local para servidores em estágio probatório, salvo decisão judicial. O órgão confirmou que o segundo pedido havia sido aprovado, mas sua publicação estava prevista apenas para a segunda-feira (1º).

As denúncias de assédio moral e bullying, porém, não foram comentadas pela pasta. A omissão revoltou colegas e familiares, que afirmam que a falta de apoio institucional contribuiu para o agravamento do quadro de saúde do professor.

A morte precoce de Kadu escancara os desafios enfrentados por educadores, sobretudo em regiões afastadas, onde faltam estrutura, apoio psicológico e segurança no ambiente escolar.

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